Temer busca apoio de cristãos para reforma da Previdência
Evangélicos e católicos representam 80% das pessoas que possuem alguma crença no Brasil.
O governo quer aprovar a reforma da Previdência com urgência, e para isso, vai abrir diálogo nos próximos dias com os dois principais segmentos religiosos do país: os evangélicos e os católicos. Ambos grupos são contrários às propostas de reforma da Previdência.
Segundo o Diário de Pernambuco, na última quinta-feira (06), Temer reuniu-se com alguns parlamentares evangélicos quando recebeu uma pauta de demandas do grupo. Ele marcou um café da manhã para a próxima semana com um quórum mais ampliado. “Não nos falou nada sobre a Previdência. Mas, se ele tocar no assunto, vamos expor nossa opinião”, completou Fonseca.
O parlamentar de Brasília disse que não há como fugir da cobrança dos fiéis mais carentes, que estão se sentindo ameaçados e serão diretamente prejudicados pelas propostas do governo. “As classes C, D e E, que são a maioria de nosso público, também são as mais afetadas. São aquelas pessoas que não têm renda extra, não têm um imóvel alugado e precisam da aposentadoria para ter uma velhice mais tranquila”, completou o deputado do Pros.
Os católicos também representam uma ameaça às mudanças na Previdência propostas pelo governo. No fim de março, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma dura nota posicionando-se contra a reforma.
Igrejas geram impacto direto na política
Cila Schulmann, vice-presidente da Ideia Inteligência, acredita que as igrejas têm atingido um poder de mobilização muito maior do que os sindicatos nesse debate de reforma. “Elas estão conseguindo chegar em rincões que os sindicatos não conseguem”, reforçou.
Há quase um mês, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) já alertara o presidente Temer de que padres nas paróquias espalhadas pelo interior do país estavam fazendo pregações contra as mudanças na Previdência. Temer também conversou com dom Sérgio tão logo o documento foi divulgado. “A Igreja acaba se aproveitando da sua proximidade com os fiéis da área rural, que têm sido bastante afetados pela reforma”, disse o senador Paulo Rocha (PT-PA).
Fonte: Gospel Prime