Seis pontos inegociáveis que todo cristão deve considerar para eleger seu candidato
Tenho impressão de que a política está se tornando um assunto mais debatido do que o futebol no Brasil, e isso é ótimo! Acredito que não apenas eu, mas várias pessoas também compartilham dessa mesma percepção. Isso é bom porque sinaliza que o brasileiro está mais preocupado com questões que afetam a sua vida de forma significativa, sendo a política o instrumento de conscientização e tomada de decisão que utilizamos para lidar com essas questões.
Apesar disso, muitas pessoas ainda cultivam a velha tradição do “voto de cabresto”, influenciadas por interesses econômicos, familiares e profissionais, mas nem sempre por ideias que realmente são boas para a maioria da população. Os cristãos de modo geral não estão livres disso, por isso minha intenção hoje é falar de alguns pontos que considero inegociáveis na hora de avaliar um candidato, mas visando o bem da maioria e segundo os princípios cristãos que são os alicerces da nossa cultura há séculos.
Em primeiro lugar, o nosso candidato precisa ser temente a Deus. É fácil entender isso, porque a Bíblia diz que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência, em Provérbios 9:10. Não tem como pensar em um bom Governo ou atuação parlamentar sem sabedoria e prudência, e se elas são frutos do temor a Deus, então não há o que negociar nesse ponto.
Em segundo lugar, o nosso candidato ou candidata precisa ser conservador(a). Infelizmente a mídia criou durante os anos uma imagem distorcida sobre o conservadorismo. Muitas pessoas associam essa perspectiva, assim como o fundamentalismo, à ideia de intolerância, radicalismo e coisas ainda piores. Acontece que não é nada disso. Resumidamente, o conservador é alguém que simplesmente entende a importância dos fundamentos que deram origem às suas ideias, comportamento e cultura em geral. Ele não toma decisões e atitudes simplesmente por tomar. Não segue um fluxo sem antes pensar nas consequências, avaliando os prós e contras, por exemplo, sobre assuntos que afetam diretamente a sua vida e dos demais.
Pode até soar estranho para alguns, mas o conservador é alguém com o olhar lá na frente, porém, tendo como referência o passado e o presente. O progressista só enxergar adiante, mas se esquece do que lhe fez chegar ao presente. Então, se o conservador identifica que algo novo pode ameaçar o que foi construído de bom até então, ele não é favorável. A “evolução” nem sempre é uma evolução no aspecto humano, por assim dizer, e isso o conservador avalia muito bem.
Esse é um ponto inegociável para o cristão simplesmente porque o Evangelho de Cristo é conservador. Em 2ª Timóteo 1.13 está escrito: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus”. O que é isso, senão conservadorismo? O próprio Cristo ao se referir às Escrituras hebraicas para fundamentar suas ações, escritas séculos antes do seu nascimento, demonstrou ser conservador, caso contrário desprezaria o Antigo Testamento. Mas ao dizer que “passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão”, em Mateus 24:35, o Senhor reforça o caráter conservador da sua doutrina. Isso não é rigidez, mas aprendizado diante do que a vida já ensinou.
Em terceiro, nosso candidato precisa ser contra a descriminalização do aborto e drogas, ou legalização. No primeiro caso, porque a vida é uma dádiva de Deus, considerada essencialmente humana desde a concepção. A Bíblia é explícita quanto a isso. Veja, por exemplo, Jeremias 1:5, Lucas 1:13-15 e Gálatas 1:15. No segundo, porque a liberação do uso de drogas significa favorecer a dependência química e consequentemente a destruição humana. Isso vale para todos os entorpecentes. Não há qualquer base bíblica para ser favorável a isso.
O discurso de “Estado laico” também não justifica, já que estamos falando aqui de postura ética e moral. O Estado não pode ser maior do que a fé do cristão, pois caso contrário ele está negando a fé que produz a sua ética. Daniel poderia sentar-se à mesa de Nabucodonosor e se alimentar dos seus manjares sob a justificativa de um diálogo “laico”, ou se ajoelhar diante da imagem com o mesmo pretexto, mas ao invés disso ele optou por honrar o Deus dos seus pais, e Deus fielmente também lhe honrou.
Em quarto lugar, nosso candidato deve ser contra a ideologia de gênero. Acredito que você já tem uma noção do que se trata e por isso não vou me aprofundar, mas nesse ponto aproveito apenas para dizer que ele diz respeito também ao “casamento gay”, já que uma coisa influencia a outra. A Bíblia não dá respaldo para isso, tanto por via da lógica como pelo texto, que é explícito ao dizer que “macho e fêmea os criou” um para o outro. A ciência também não respalda essa ideologia, o que apenas reforça o texto bíblico.
Em quinto, considero importante o nosso candidato ser favorável ao projeto Escola Sem Partido. A razão é muito simples: é através da sala de aula que nossas crianças, adolescentes e jovens também são doutrinados com ideologias que contrariam os princípios cristãos. A Escola Sem Partido visa combater esse tipo de coisa, evitando por meio da lei que professores utilizem a sala de aula como espaço de militância política e ideológica, aliciando os alunos para uma causa que não é da família, dos pais e etc. Por isso não tenho dúvida que é vital votar em candidatos que apóiam esse projeto.
Por último, o sexto ponto importante que o nosso candidato precisa ter é uma visão econômica mais liberal, favorecendo a iniciativa privada para diminuir o tamanho do Estado, ao invés de promover o “paternalismo estatal”. Isso vai facilitar a geração de novos empregos e consequentemente beneficiar a população em geral, gerando riquezas que poderão ser investidas nos bens fundamentais mantidos pelo Estado, como a segurança, educação, saúde e moradia.
Vejo esse último ponto como inegociável do ponto de vista bíblico também, porque ele tem a ver com liberdade individual. Diferentemente de outros regimes políticos, onde o cidadão fica cada vez mais restrito ao controle do Estado e consequentemente sujeito à sua influência moral, no país economicamente mais liberal o Governo cumpre seu papel nos serviços essenciais, mas preserva a liberdade do cidadão de poder empreender e ditar o curso moral da sua vida, sem a interferência do Estado, o que está mais compatível com a noção de livre-arbítrio da teologia cristã.
Esses pontos não esgotam tudo o que um bom candidato deve ter, mas resumem por tabela boa parte deles. A garantia de liberdade de expressão, crença, dignidade da pessoa humana, etc., está inserida no conservadorismo. O respeito às diferenças também. Mas, como já destaquei logo no início, o temor a Deus é o princípio de tudo, porque é dele que a sabedoria e a prudência garantem todo o resto.
Por Marisa Lobo – Psicóloga, especialista em Direitos Humanos e autora de livros, como “Por que as pessoas Mentem?”, “A Ideologia de Gênero na Educação” e “Famílias em Perigo”.
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Fonte: Guiame