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Pesquisa da USP mostra as consequências do fumo passivo

Uma em cada quatro crianças, de até cinco anos, atendidas no hospital da Universidade de São Paulo tem nicotina no organismo. Esse dado é preocupante, segundo os pesquisadores. Ratos jovens que ficaram expostos à fumaça do cigarro apresentaram falhas na memória e aprendizado na idade adulta.

A pesquisa levou quatro anos e foi feita no laboratório da USP. Os camundongos foram expostos à fumaça do cigarro por 15 dias, durante duas horas. Os animais foram submetidos a testes logo que nasceram e, segundo o estudo, o fumo pode interferir na liberação dos neurotransmissores no cérebro – os responsáveis pela comunicação entre as células.

A pesquisadora Larissa Torres explica que os danos à memória não foram revertidos depois que os animais ficaram adultos. “A exposição ao fumo passivo causa uma deficiência no aprendizado. Essa falha foi num período crítico. Na criança, seria numa idade ativa quando ela está na idade escolar, ou aprendendo a falar, andar e isso pode levar a consequência na idade adulta”.

O resultado dessa pesquisa acende ainda mais o sinal de alerta entre os médicos e se junta ao resultado de outros estudos. A pediatria do Hospital Universitário quis saber qual era o grau de exposição das crianças ao cigarro e descobriu que 24% dos pacientes infantis tinham nicotina no organismo.

A dona de casa Sabrina Nardi acabou de dar à luz ao Pedro. Ela é mãe de mais três crianças. Fumou nas quatro gestações e também enquanto amamentava. Agora quer parar. “Minha filha mais velha sofre de bronquite e eu percebo que to sentindo em mim também. Sinto muito cansaço, muita falta de ar”.

O grupo do Hospital Universitário oferece ajuda. Primeiro com remédios que repõem a nicotina no organismo, diminuindo a vontade de fumar. Depois com acompanhamento de psicólogos. “A recaída é muito frequente. Então, o pessoal fica no grupo de tratamento psicológico durante um ano sem cigarro, para que ele tenha forças e receba orientação de como fazer pra não voltar a fumar”, explica o médico João Paulo Lotufo.

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Fonte: Jornal Hoje

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