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Natal: A chegada do Messias

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” Gálatas 4:4

O Mundo já havia experimento três impérios mundiais: babilônico; persa; grego e estava no apogeu do quarto, o império romano, mais forte (ferro – visão de Daniel), mais violento e com uma maior expansão territorial, incluindo a terra de Israel. E o Mundo globalizado, da época, com uma língua universal (o grego), estradas e rotas marítimas ligando os continentes. Herodes, o idumeu (descendente de Esaú), era o rei de Israel e a nação judaica estava subjugada a Roma. É justamente a esse período que o apóstolo Paulo chama “plenitude dos tempos”. Ou seja, o mundo estava preparado para receber o Filho de Deus.

Segundo a profecia bíblica o Messias deveria nascer em Belém: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5:2).   No contexto dessa profecia Miquéias exortou Judá ao arrependimento e apontou para o Messias e seu Reino como solução final (Mq 5:2-5b).

A cidade (vila) de Belém da Judéia, à oitos quilômetros ao sul de Jerusalém, nesta profecia é reconhecida como o lugar do nascedouro do Rei-Messias. O nome Belém Efrata é para evitar qualquer confusão com outra cidade de nome parecido.

A última sentença indica, claramente, que não se trata de um governador comum de Israel que nasceria em Belém, mas o Rei Eterno, que, frequentemente, se manifestava em aparições pré-encarnadas, como o Anjo do Senhor. Tanto Davi como seu eminente filho, o Messias, nasceram em Belém (1Sm 16:1; Mt 2:1-2).

Os evangelistas Mateus e Lucas registram o nascimento do menino Jesus em Belém de Judéia como cumprimento da profecia de Miquéias (Mt 2:1-6; Lc 2:1-4).

A chegada do Messias foi marcada por um sinal no céu “Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel” (Nm 24:17a). Essa estrela especial chamou a atenção de alguns magos do oriente, que depois de aproximadamente dois anos (Mt 2:7,16) vão chegar em Jerusalém (capital de Israel) procurando por aquele que nasceu como rei dos judeus (Mt 2:1-2). Esses chamados magos, de fato, eram astrônomos, provavelmente da Pérsia e sabiam das profecias bíblicas a cerca do Rei-Messias de Israel.

O Messias nasceria de uma virgem “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”. Sem sombra de dúvida o Messias tencionava entrar na raça humana, através de um nascimento miraculoso. Isto está implícito, também, pelo significado do nome – Emanuel, que quer dizer: “Deus conosco” (Is 7:14). O contexto de Isaías fala desse nascimento como de um sinal para a casa de Davi. Uma mulher jovem dar à luz um filho não se constitui um sinal, mas uma virgem dar à luz esse é o sinal na terra, o sinal miraculoso da chegada do Messias!

Na história de Israel o cumprimento dessa profecia se deu no nascimento do Senhor Jesus conforme Lucas 1:26-35 e Mateus 1:18-25.

O Messias Seria Filho de Deus “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6). A esperança messiânica é reafirmada no Filho de Deus através do nascimento do menino.

Seus nomes descrevem sua divindade:

Maravilhoso – Pele’ (פֶּלֶא), esta palavra tem o sentido de “sobrenatural”, pois ele será o próprio Deus encarnado, nascido como um bebê. O Messias será maravilhoso em seu nascimento, em sua vida, em seu ministério, em sua morte, em sua ressurreição, em seu retorno e em seu reino eterno.

Conselheiro – Yoetz (יוֹעֵץ) sua sabedoria infinita é personalizada em Provérbios 8, onde o Messias é chamado de “Sabedoria”. Em 1 Coríntios 1:24 Jesus Cristo, é chamado de Sabedoria de Deus (Ver Mateus 22:41-46 e João 8).

Deus Forte – El-Gibbor (אֵל־גִּבּוֹר) a criança nascida é chamada de Deus Forte em Isaías 9:6, e no Salmo 45:6-7 “Deus, o teu Deus” e ainda em Hebreus 1:8-9, onde o Espírito Santo revela o Pai falando ao Filho e dirigindo-se a ele como Deus, revelando a divindade do Messias. O Messias Jesus é o criador (Cl 1:16-17), doador da vida (Jo 1:1-5) e o mantenedor do universo (Hb 1:3).

Pai da Eternidade – ’Avi-Ad (אֲבִי־עַד) essa expressão refere-se a existência eterna do Filho. Aquele que era, é, e será para sempre, que em Apocalipse 1:8 é chamado de o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Ele dá a vida eterna a todos os que o recebem em seus corações pela fé (Jo 10:28-30).

Príncipe da Paz – Sar-Shalom (שַׂר־שָׁלוֹם) a paz tão esperada e desejada por Israel não virá até que Siló, o Messias venha. Jesus, ele é o Príncipe da Paz, “porque ele é a nossa paz”, como está escrito em Efésios 2:14, ou como o doador da paz “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vó-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14:27).

A profecia de Isaías é bem clara e incisiva quanto ao menino: “o menino nasceu” fala da encarnação do Senhor Jesus como ser humano (se identificando comigo e você); o Filho nunca nasceu (pois ele é eterno), mas foi dado na cruz do calvário (Jo 3:16) por mim e por você.

O conteúdo é de total responsabilidade do autor.
Alexandre Dutra

Alexandre Dutra

Pastor Batista, Diretor dos Amigos de Sião, Mestrando Estudos Judaicos (USP)

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