MISSÕES

Ministério alcança 100.000 pessoas em 8 anos

Simon Guillebaud explica por que igrejas no Ocidente não testemunham mais milagres

A oração do missionário inglês Simon Guillebaud era simples e sincera: “Senhor, eu farei qualquer coisa, eu vou a qualquer lugar”. Em 1999, quando tinha pouco mais de 25 anos, Guillebaud abriu mão de seu emprego numa empresa de marketing para viver no Burundi, país africano devastado pela guerra. Durante os 15 anos seguintes, ele testemunhou o mover de Deus de uma forma incrível.

Em uma entrevista ao site Christian Today, ele conta que quando foi para o Burundi sabia pouca coisa sobre o país, apenas que era um dos mais perigosos do mundo na época, pois vivia uma guerra civil. Ele acreditava que poderia morrer, mas foi mesmo assim.

Nascido em uma família que já tinha missionários trabalhando na África, disse ter aprendido desde cedo que “Somos imortais até que Deus nos chame para casa”. Citando Filipenses 1:21-22 lembra que aceitou ser missionário em um país difícil por que “Viver é Cristo e o morrer é lucro”. Apesar das dificuldades iniciais, associou-se a trabalhos missionários que já existiam no país. Alguns anos depois, fundou sua própria missão, a Great Lakes Outreach (GLO), que trabalha com treinamento de líderes nativos. O nome se refere à chamada região dos Grandes Lagos, incluindo Burundi, Ruanda, Tanzânia e Quênia.

Nos últimos oito anos seu ministério ajudou a ganhar 100.000 pessoas para Cristo, cerca de um por cento da população do país. Entre os testemunhos que foram fundamentais para o sucesso de sua missão está a história de Agnes. Era uma jovem sofrida, que nasceu surda, cega e muda. Ela vivia num estado quase vegetativo, toda encurvada. Durante anos seus pais se limitavam a coloca-la no pátio de casa para apanhar a luz do sol e, em seguida, trazê-la de volta para dentro e alimentá-la.

Guillebaud lembra que muita gente já havia orado por Agnes. “Certo dia, um grupo de jovens orou por ela e o corpo dela se contorceu todo. Ela teve sua visão e audição de volta, mas ainda faltava a fala. Ela passou a frequentar o coro da igreja pela fé e algumas semanas mais tarde Deus liberou sua língua para louvá-lo. Desde então ela não cala a boca! ” conta rindo.

Agnes hoje é uma das melhores evangelistas da missão. Afinal, todos os que viviam na região sabiam que ela vivia como um vegetal, mas agora está bem. Testemunhar milagres e libertações de espíritos demoníacos são comuns para os que trabalham na região. Quando um dos feiticeiros mais conhecidos da região convidou alguns missionários para visitá-lo ninguém sabia o que esperar. “O homem acabou ouvindo sobre Jesus, foi liberto e muitos dos seus seguidores entregaram suas vidas a Cristo naquele mesmo dia, umas 50 pessoas”, lembra o missionário inglês.

Questionado por que esse tipo de coisa não acontecia com ele quando pregava nas igrejas da Inglaterra, Guillebaud dá uma resposta dura: “É uma questão de fé e incredulidade. Os africanos são muito conscientes do mundo espiritual. Você não precisa ensinar-lhes que Satanás e Deus são reais, eles sabem disso e já viram o poder de ambos… É difícil para nós no Ocidente acreditarmos em muitas coisas porque estamos sempre duvidando ou questionando os ensinamentos da Bíblia”.

O missionário é enfático: “os sinais são para os incrédulos. O Reino de Deus é o segredo mais bem guardado que temos, mas está preso nas quatro paredes da igreja. Nós deveríamos passar mais tempo lá fora, anunciando esse Reino. É na escuridão que vemos a luz brilhar mais forte. Esse é o verdadeiro desafio para a Igreja do Ocidente”.”

Atualmente ele está no Reino Unido, com sua esposa e três filhos. Veio para lançar um novo livro. Os outros três que escreve falam sobre seu trabalho na África. Ao ser questionado se veio para ficar, ele diz que ainda não: “Eu não quero segurança. Quando você tem segurança, você não precisa de Deus. Eu só quero estar no centro da vontade de Deus, que é o lugar mais seguro para se estar”.

Ao mesmo tempo que trabalhos como o do Great Lakes Outreach crescem, o Parlamento do Burundi aprovou recentemente um projeto de lei que tenta evitar a proliferação de igrejas evangélicas no país. A partir deste mês, só serão reconhecidas legalmente pelo governo as congregações que reunirem pelo menos 500 pessoas (ou 1.000, quando forem fundadas por estrangeiros). Segundo o ministro do Interior, Edouard Nduwimana, o objetivo da lei é proteger os cidadãos.  Com informações Christian Today e CBN

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