Pornografia: o vício que tem colocado muitos casamentos em risco
A pornografia sempre existiu é fato, e nem precisamos consultar a história para sabermos disso, ao longo dos capítulos a própria bíblica nos relata histórias de orgias, pornografia e prostituição e mostra como sempre foram presentes na humanidade.
Quanto sofrimento gerado, quanta injustiças por conta dessa prostituição desencadeada muitas vezes pela cultura é fato. Mas o que poucos sabem é que essa cultura da facilitação sexual, desencadeia um processo compulsivo que nos torna dependentes e viciados por pornografia, aconteceu no passado e vem acontecendo através dos tempos, a diferença é que hoje, ela nunca esteve tão acessível a qualquer cidadão inclusive às crianças pelo livre acesso da tecnologia, pelo acesso à internet, pela globalização e pela mudança de paradigmas cultural.
O que poucos sabem é que o fato de ser virtual, mexer diretamente com o cérebro, através de imagens sucessivas, faz seu cérebro perceber como se fosse presencial, pela quantidade de estímulos pornográficos recebidos em excesso pode desencadear o processo do vicio a compulsão.
Esse fácil acesso, esta disponibilidade, faz com que mais pessoas busquem pornografia e as chances dessa busca se transformar em compulsão aumentem muito.
Tudo começa com uma simples curiosidade, que alimenta o desejo e você clica – Uma vez ao olhar sente prazer e, quando perceber, a situação ficou incontrolável. Esse é o processo do vício, que começa apenas com uma curiosidade e termina com seu casamento e com sua relação com Deus.
O casamento é o mais afetado com a pornografia, pois é um vício que pode afetar o interesse pelo parceiro, um desinteresse que pode incentivar a infidelidade, a traição tanto virtual como presencial.
O vício de pornografia é o maior responsável pelas traições e consequentemente pelas separações e divórcios, embora não se tenha estatísticas formalizadas, na prática é como percebemos tantos profissionais das áreas de saúde mental como os do judiciário, e as varas da família.
Além da perda da esposa, muitos homens relatam que perdem seus empregos, saem da igreja, não ligam mais para seus filhos e para sua casa, além de gerar uma grande preocupação de influenciar os filhos. Adeptos da pornografia, podem influenciar seus filhos, tanto maiores como menores.
O exemplo que a criança está tendo, pode fazê-la a repetir esse modelo perdedor e gerar a mesma compulsão sexual e por pornografia. Seu futuro, sua saúde mental está sendo colocada em risco pelo próprio genitor.
Ainda que o pai viciado em pornografia tente esconder seu vício, a criança pode perceber, pode pesquisar no computador, pode observar e ouvir conversas que o autorize indiretamente a adotar o mesmo comportamento. Essa é uma das razões que fazem mães pedirem separação, para preservar seus filhos.
Filhos
Uma grande preocupação que profissionais de bom senso tem hoje é com a educação sexual nas escolas, pois estão expondo precocemente crianças ao sexo e podem estar favorecendo a compulsão por pornografia, e com isso desenvolver problemas com sua sexualidade.
Um estudo alemão publicado no ano passado, feito com 64 homens saudáveis, observou a relação com as horas gastas com pornografia e as alterações nas dimensões de algumas estruturas cerebrais. “Esse estudo dá bastante apoio à ideia de que o consumo de pornografia pode provocar no cérebro alterações muito parecidas com os dependentes de drogas”, segundo o psiquiatra Marco Scanavino.
Ter na família pessoas viciadas em pornografia ou outros vícios pode levar à compulsão sexual: “Pré-disposição genética; convivência em uma família onde limites e hierarquias não são bem definidos; se a criança é exposta a conteúdos sexuais ou se sofreu violência sexual. Esses são os principais motivos para a compulsão sexual na vida adulta”, acrescenta.
Sabemos que todo vício tem uma origem emocional. O vício pela pornografia atrapalha a vida a dois porque gera desinteresse no próprio casamento e produz um sentimento compulsivo e quase obsessivo pela traição.
Ainda que a traição não aconteça, a pessoa em questão fica obcecada por possuir e realizar tudo que ela vê nos vídeos, na internet, na TV, ainda que efetivamente não aconteça, mas vive no delírio na fantasia, sua libido é direcionada para estas ideias de forma fixa e obsessivas.
É um vício, sem dúvida pior que muitos vícios por drogas ilícitas, e assim como as drogas, gera dor e sofrimento psíquico, fissura, e o viciado para aliviar o desprazer parte para o ato de ver a pornografia e consequentemente de se masturbar pensando no que está vendo.
Não é apenas o praticante da pornografia que sofre: o cônjuge, a família se torna co-dependente, pois sofre com toda situação, que gera depressão, baixa autoestima. É muito difícil e compreensível que o outro se sinta magoado, traído e desprezado, pois na realidade mesmo que não aconteça o contato físico, e que este seja apenas virtual, a traição acontece.
Recebi ao longo de toda minha carreira como profissional e como conselheira espiritual que sou também fora de meu consultório, muito casais sofrendo e em fase de separação por causa da pornografia, que é muito maior em homens, mas que tem crescido também no mundo feminino. E o que vemos é o cônjuge, traído emocionalmente abalado, acusando o parceiro de infidelidade e deslealdade.
Embora o conceito de pornografia fora da igreja seja outro, mesmo assim quando ela acontece em um casamento tradicional, não é aceitável e gera sofrimento independente da religião.
A questão é lealdade, e principalmente para as mulheres. O que percebo é a frustração de ver o marido direcionando seu prazer para outra pessoa e não para ela. Ainda que seja virtual, muitas mulheres e homens não veem a diferença.
Essa desarmonia sexual gera brigas e conflitos emocionais. A pornografia virtual tem sido responsável inclusive por muitos desajustes sexuais, tem desencadeado sentimentos perversos muitas vezes difíceis de serem contornados.
Como identificar e sair da compulsão
A pessoa começa a passar muito tempo vendo pornografia, chega atrasada a compromissos e no trabalho, se afasta das pessoas e do seu mundo social, seu sono é afetado, começa a dormir pouco, porque fica boa parte do tempo olhando sites, buscando pornografias e pessoas para ter suas conversas eróticas, dorme pouco e fica cansada (o) o dia seguinte.
Como precisa de mais tempos para obter uma excitação, fica mais tempo online, ou em busca de artigos pornográficos, não tendo tempo para mais nada, nem mesmo para o trabalho.
Quando percebe que está afetando sua vida, pois está angustiado e não sente mais prazer, apenas realiza a busca para aliviar o desprazer, tenta parar, mas não consegue. Neste momento os sintomas psíquicos e físicos começam a aparecer.
A inquietação, ansiedade, já estão presentes, pois sabe que quer parar e não consegue, e começa ter a consciência de que este comportamento pode acabar com seu trabalho com seu casamento, estes fatores são os geradores de angustias e stress.
O que fazer?
Ao apresentar três dos sintomas acima, deve-se buscar a ajuda de profissionais de saúde mental, principalmente aqueles com especialização na área. Converse com sua esposa (o) sobre o problema, e tente ao máximo evitar se expor a situações que podem te oferecer a pornografia.
O tratamento envolve seu cônjuge, psicoterapia, alguns medicamentos, e a espiritualidade tem ajuda muitos casais.
O que nos dá esperança é que muitos casais que sofrem com este tipo de vicio virtual pornográfico tem conseguido alívio nas igrejas.
Como profissionais, não podemos nos espantar pois a igreja funciona sim, como um controle, um monitoramento, grupos de apoios tem se consolidados, levando alívios para essas pessoas que sofrem, e que veem diante dos seus olhos, sua vida, financeira, profissional, seu casamento ser destruindo por uma pornografia gerada pela internet.
Muitos não têm condições financeiras e ou acesso a profissionais para se livrarem desse vicio que atormenta sua alma. E a igreja tem sim, sido uma ferramenta poderosa contra os vícios de qualquer natureza principalmente o sexual. Aconselho, a qualquer pessoa que esteja sofrendo com este vicio, buscar ajuda em um grupo em igrejas, ser ouvido, sem preconceito neste momento, pode ajudá-los muito a superar seus vícios.
Muito bom