Psicóloga cristã é condenada a indenizar membros do CRP
Marisa explicou que realmente, tal decisão judicial ocorreu, mas lembrou que ela nunca quis ofender diretamente os integrantes do Conselho Regional de Psicologia
Na semana passada a psicóloga cristã Marisa Lobo foi condenada pelo 11º Juizado Cível Especial de Curitiba (PR) a pagar uma indenização de R$5 mil aos membros doConselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná que haviam participado anteriormente, do julgamento de seu processo cassação, em maio de 2014. A ordem de cassação foi revogada posteriormente, em novembro do mesmo ano.
Em seu processo de cassação, Marisa havia sido acusada de “apoiar a cura gay” e também de “promover proselitismo religioso”, após ter expressado sua fé cristã em seus perfis das mídias sociais.
À época do processo, em 2014, Marisa Lobo apontou o caso como um exemplo de perseguição religiosa e chegou a ser apoiada pela OAB nesta alegação.
Procurada portal Guiame, Marisa explicou que realmente, tal decisão judicial ocorreu, mas lembrou que ela nunca quis ofender diretamente os integrantes do Conselho e que não chegou a ter contato com eles no processo, porque não esteve presente na audiência de maio de 2014.
“Eu nunca os vi, não sabia o nome deles, não sabia quem eram os conselheiros do meu julgamento, pois eu não estava presente no mesmo. Eu também nunca citei o nome deles, mas o Juiz aqui de Curitiba (PR) entendeu dessa forma.
A decisão de que Marisa deve pagar a indenização – no valor de 5 mil reais para cada integrante, totalizando R$30 mil – foi do juiz Gaspar Luiz Mattos de Araújo Filho, do 11.º Juizado Cível Especial de Curitiba, porém ainda cabe recurso da decisão e a psicóloga afirmou que já recorreu.
“Eu apelei, é claro. Estou aguardando decisão Juiz. Me sinto injustiçada, mas estamos vivendo este momento, no qual eu posso ser humilhada, por revistas, jornais, pessoas, mas se eu abrir minha boca para me defender sou punida”, desabafou.
Marisa também destacou que acredita que Deus pode lhe dar forças para enfrentar mais esta etapa, que marca a continuação de um processo que já parecia estar resolvido.
“Ainda tem o Supremo e é lá que pretendo chegar. Deus há de me dar graça, fé e condições para corrigir esta injustiça. Eu falei do CRP e não dos conselheiros. Quem for contra a ditadura entenda o que está acontecendo comigo. Eu não ofendi nenhuma pessoa”, destacou.
Histórico
Esta ação recente contra Marisa Lobo surge, na verdade, como uma nova etapa do processo de cassação que foi anulado em novembro de 2014.
À época da cassação, a decisão o Conselho Regional de Psicologia foi duramente criticada por diversos representantes cristãos, como o Senador Magno Malta (PR – ES) e o pastor Silas Malafaia (ADVEC).
Para o advogado de defesa que cuidou do caso de Marisa em 2014, Gustavo Kfouri, a decisão de anular o processo mostrou que, apesar dos Conselhos deterem a prerrogativa da utilização dos poderes de polícia e disciplinar, eles se encontram submetidos aos limites constitucionais.
“O Conselho tem limites. Ele não pode impor regras não previstas em lei e cercear as liberdades de expressão e de religião”, explica Kfouri.
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