Projeto Mudas de Igreja
Por Rosivaldo Silva Santos
Produção de mudas
Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio periódico. É de fundamental importância ter um viveiro para reabastecer o campo com mudas saudáveis que garantam o futuro da espécie e a sobrevivência da plantação. Mas alguns cuidados precisam ser tomados quanto a isso. Se não tomarmos as medidas cabíveis neste processo tão sério, corremos o risco de vermos nossos pomares pouco a pouco se tornando inférteis e, consequentemente, perdendo o objetivo pelo qual ele foi plantado. Por essa razão precisamos ter mudas prontas para serem transplantadas e plantadas num local definitivo. Da mesma forma ocorre com relação ao plantio de igrejas, mudas precisam ser cultivadas e no devido tempo plantadas nos campos definitivos, ou seja, nas comunidades ainda não alcançadas pelo evangelho da graça de Deus. Quando essas mudas não são cultivadas povos e nações inteiras perecem sem jamais ouvir o evangelho da salvação, isto é, sem nunca receberem as sementes da poderosa manifestação da bondade de Deus. Mas por outro lado, não é o bastante nós termos ‘mudas’ disponíveis e prontas para serem inseridas nos campos, precisamos que essas mudas sejam saudáveis e que tenham sido originadas em sementes de boa espécie e excelente qualidade. Quando temos mudas, mas que não se encontram aptas para serem plantadas nos vastos campos do mundo não alcançado por não serem originadas da boa semente, é melhor não plantarmos para não corrermos o risco de comprometermos o campo. Passemos a analisar os fatores que envolvem diretamente esse processo de plantio, colheita de mudas e replantio.
O QUE É UMA MUDA DE IGREJA?
Uma muda de igreja é uma equipe ministerial que se engajou na missão de plantar igrejas. Pessoas que são vocacionadas por Deus para o ministério e que decidiram doar seu tempo e sua vida para o serviço do Reino de Deus. Essas pessoas estão aptas a doarem suor (trabalho árduo e perseverante), sangue (isto é, estão dispostas a fazerem sacrifícios por mais desconfortáveis que eles sejam) e lágrimas (fervoroso clamor e dependência de Deus) para que o progresso do reino ocorra sem qualquer interferência. Para que a igreja que será plantada seja de fato, saudável é importante que a equipe ministerial seja formada não apenas por pessoas vocacionadas e preparadas, mas é fundamental que a equipe formada tenha como integrantes pessoas envolvidas nas seguintes áreas: pregação, ensino e discipulado, área musical, ministério infantil, e noções básicas de projeto social. Isso não quer dizer que essa equipe deva ser formada apenas por pessoas que possuem ensino superior ou coisa do tipo, mas é importante que os membros do grupo estejam aptos para exercerem as funções cruciais da missão sem nenhuma deficiência.
A QUALIDADE DA SEMENTE
O primeiro passo para que um viveiro possa constituir um empreendimento de sucesso, é a atenção especial na escolha das sementes. Um viveiro precisa ter a prioridade de semear apenas sementes de boa qualidade. É melhor nem semear do que correr o risco de plantar sementes ruins. O futuro da planta e a qualidade dos frutos que mais tarde ela produzirá serão determinados pela qualidade da semente que lançamos em terra. Assim também as pessoas que serão inseridas no processo de capacitação ministerial precisam ser pessoas de cujo caráter cristão e moral seja, de fato, sadio e apto para resplandecer a santidade de Cristo. A igreja deve ter nos seus líderes o exemplo de fé e de boas obras. Portanto os plantadores de igreja devem tornar-se pessoalmente padrão para os fieis. Assim como uma muda de planta não pode ser transplantada de um lugar para outros antes mesmo de nascer, assim também se os obreiros não forem pessoas que nasceram de novo, jamais poderão compor uma equipe de plantação de igrejas.
Outra característica fundamental nos candidatos ao processo de capacitação para o plantio de novas igrejas é a vocação. Nada pode ser visto como substituto para ela. Sem vocação os talentos são de valor irrisório, pois quem valida os talentos e dons é a vocação.
A implantação do viveiro deve ser feita após uma análise cuidadosa, tendo-se em conta diferentes aspectos que, ajustados entre si, formarão as condições de um bom desenvolvimento. Do mesmo modo a equipe que será a muda de igreja deverá ser bem organizada, fruto de muita oração, estudo e preparo afim de que possa crescer em graça e em conhecimento de modo que traga um futuro promissor para a igreja que será implantada.
O local onde a muda será inserida a principio é determinante para o seu desenvolvimento no futuro, por essa razão deve-se observar muito cuidadosamente esse fator antes de iniciar o plantio da muda. A muda é um projeto de árvore, por essa razão, é fundamental que seja bem planejada. Uma vez comprometida a muda, o futuro da árvore pode ser irremediavelmente comprometido, quem erra no planejamento, erra na ação. Trazendo para o lado ministerial, destacamos a importância de um ambiente totalmente preparado para promover uma formação ministerial adequada. Esse ambiente nem sempre será um seminário teológico. Muitos dos seminários teológicos da atualidade mais preparam os candidatos a serem péssimos ministros do que serem ministros zelosos e de valor.
O historiador e escritor Justus Gonzalez em seu livro ‘Ministério: Vocação ou profissão?’ levanta um estudo histórico da palavra seminário. Dizendo que essa expressão era usada originalmente como metáfora para designar a ideia das escolas que eram consideradas sementeiras que preparavam as mudinhas e quando elas estavam prontas, eram transplantadas para o local onde permaneceriam definitivamente dando frutos e produzindo sombra por toda a sua existência. Mas infelizmente essa ideia foi derrubada quando os seminários ambicionaram para si competir com as instituições seculares de ensino e formação. Os debates tornaram-se acirrados e a espiritualidade foi, aos poucos, deixada de lado. Hoje muitos desses seminários se abriram para o ateísmo e para seus derivados: deísmo aberto, teologia liberal, teologia da libertação, teologia da prosperidade, teologia neopentecostal, etc.
O EMPENHO DO COORDENADOR DA EQUIPE
Do mesmo modo que um agrônomo ou um proprietário não se lança às cegas no projeto de cultivar mudas embrionárias para posterior plantio, assim também o coordenador da equipe ministerial precisa saber o que realmente quer ao montar sua equipe. O coordenador da equipe ministerial precisa ser alguém com metas claras e alvos objetivos. Ele deve saber quando, como e onde começar e terminar os treinamentos; precisa ser gente de visão, alguém em quem sua equipe possa confiar e seguir. Deve não apenas ser um visionário inveterado, mas alguém que sabe contagiar os demais com sua visão ministerial. Esse líder precisa saber cuidar da sua equipe, pastoreá-la, amá-la e prepara-la para que tenha grandes rendimentos na obra de Deus.
Tal como um agricultor de um viveiro rega diariamente suas pequenas mudas, providencia para que as situações climáticas não matem e nem fragilizem as plantinhas, e se preocupa com o bem estar do seu trabalho, da mesma forma o coordenador da equipe deve metódica e diligentemente acompanhar o crescimento de sua equipe e assegurar-se de que ela está apta para ser transplantada quando o tempo chegar.
Todos esses cuidados são vitais para o sucesso do plantio, sem esses detalhes o fracasso do plano é a única coisa que se pode esperar. Mas se houver diligencia, oração, estudo comprometido e acima de todos os métodos, dependência de Deus certamente essa ferramenta estratégica será de grande valor e causará um notório impacto aonde quer que seja implantada.
SE ESTA LITERATURA ABENÇOOU SUA VIDA E SE VOCÊ QUISER TER ACESSO AO CONTEÚDO COMPLETO DESTE LIVRO, ENVIE UM E-MAIL COM CÓPIA PARA ESSES TRÊS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:
[email protected] / [email protected] / [email protected]
autor(a)