Prefeito coloca frase “Deus é Fiel” na fachada da prefeitura e causa polêmica
Cezar Ferreira (PSD) questiona as críticas contra a iniciativa.
Em Belo Campo, cidade do sudoeste baiano, alguns equipamentos e até a fachada da prefeitura estampam a frase “Deus é Fiel”. A frase tem divido a opinião dos moradores e ganhado destaque na imprensa nacional.
A frase foi colocada pelo prefeito da cidade, Cezar Ferreira (PSD), que é evangélico e critica a polêmica em torno do projeto. A pesar de não querer comentar o assunto, Ferreira questiona se é pecado usar o nome de Deus. “É pecado colocar o nome de Deus?”, questionou.
O prefeito vem enfrentando problemas com a Justiça Eleitoral por conta de suspeita de compra de votos nas eleições de 2012. Com pouco mais de 20 mil habitantes, a cidade baiana faz parte da região de Vitória da Conquista, localizada a 616 km da capital de Salvador, capital do Estado.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) chegou a cassar o mandato do prefeito em abril do ano passado, porém ele recorreu da decisão e conseguiu ser reintegrado ao cargo até que o caso volte a ser julgado.
Frase aparece também em ônibus da prefeitura (Foto: Anderson Oliveira/Blog do Anderson)
O prefeito de Belo Campo pretende se aposentar após o seu mandato. “Serei pregador do evangelho”, disse o político.
Estado Laico
A grande maioria dos moradores de Belo Campo não dá muita importância para a frase, porém, existem aqueles que defendem a laicidade do Estado. Eles afirmam que o prefeito não poderia se utilizar de sua crença em local destinado a administração pública.
Em 2011, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com um pedido solicitando a retirada da frase “Deus Seja Louvado” das cédulas do Real. Na época a Justiça Federal negou o pedido, lembrando que a Constituição Federal traz em seu conteúdo a afirmação de que ela foi concebida sobre a aprovação de Deus.
Outra ação que envolve o tema foi movida pela Procuradoria Regional dos Direitos dos Cidadãos do MPF, que pedia a retirada de todos os símbolos religiosos de repartições públicas federais em São Paulo. A ação movida em 2013 acabou não sendo acatada pela Justiça.