O perdão de Deus implica a transformação
O dilema do perdão se explica em razão de pelo menos duas situações: quando aquilo que você fez revelou a pessoa que você é, ou quando aquilo que você fez transformou você em uma pessoa com quem não posso conviver.
Só pode ser perdoado aquilo que pode ser penalizado. Perdoar é liberar o outro da dívida contraída, isto é, da pena decorrente de seu ato que a alguém causou dano. O perdão se aplica especialmente às dividas impagáveis. Ou porque o dano é irreparável, ou porque o ofensor não tem condições de repara-lo.
Posso perdoar, portanto, a dívida que você contraiu para comigo em razão de algo que você fez ou deixou de fazer. Ao perdoar, desobrigo você de me ressarcir o dano. Mas não posso perdoar a pessoa que você é. Isso seria colaborar para que você continue causando danos e contraindo dívidas, não apenas para comigo, mas com outros ao seu redor.
O dilema do perdão se explica em razão de pelo menos duas situações: quando aquilo que você fez revelou a pessoa que você é, ou quando aquilo que você fez transformou você em uma pessoa com quem não posso conviver. Quando uma das duas coisas acontece, a discussão deixa de ser o que você fez e o dano consequente do seu ato, e passa a ser a pessoa que você é ou se tornou.
O perdão de Deus implica a transformação da pessoa perdoada, e não apenas a desobrigação da dívida. Foi por isso que na parábola contada por Jesus, o credor incompassivo teve cancelado o perdão que havia recebido. Jesus estava dizendo mais ou menos o seguinte: “Estou disposto a perdoar sua dívida, mas não posso ser conivente com a pessoa que você é”.
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