Número de políticos ligados a igrejas deve crescer em 2018
Desejo de mudança e denúncias de corrupção reduz chance de reeleição dos políticos atuais
O Brasil vem testemunhando uma série de denúncias de corrupção nos últimos anos, que resultaram na prisão de ex e atuais deputados, ministros e detentores de cargos públicos. A lista divulgada esta semana pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em que o ministro Edson Fachin autoriza novas investigações gerou ainda mais certeza que os que ocupam cargos eletivos hoje em dia não serão reeleitos.
Fachin deu sinal verde e as investigações, no âmbito da Lava Jato, afetarão grande parte dos mais poderosos políticos e dirigentes partidários brasileiros. No total são cerca de duas centenas de pessoas, incluindo os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Flávia Biroli, vice-diretora do Instituto de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília), acredita que “quando os partidos se enfraquecem e há uma percepção de que o sistema está corrompido, podem se fortalecer atores individuais que se dizem independentes do sistema”.
A especialista diz ainda que, quando a política partidária perde legitimidade, as igrejas acabam ganhando força “como canais para a construção de carreiras políticas”. Ou seja, deverão ganhar mais espaço candidatos ligados a elas.
STE já pensa em barrar igrejas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está analisando uma cláusula para impedir o uso do poder econômico e a influência das igrejas no período eleitoral, afirmou o presidente da Corte eleitoral, Gilmar Mendes.
“Depois da proibição das doações empresariais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), hoje quem tem dinheiro? As igrejas. Além do poder de persuasão. O cidadão reúne 100 mil pessoas num lugar e diz ‘meu candidato é esse’. Estamos discutindo para cassar isso”, alegou o ministro.
Segundo o ministro, existe o uso da religião para direcionar as eleições, contando ainda com os recursos das igrejas, sejam eles material ou mesmo o uso dos templos.
Gilmar Mendes comentou que existe uma tendência para abuso de poder econômico de “difícil verificação”, sendo necessário a intervenção do TSE.
Segundo a Veja, a bancada evangélica na Câmara dos Deputados cresce a cada eleição. Conforme informações do TSE, em 1998, eram 47 parlamentares. Em 2014, foram eleitos 80.
A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso, tem 181 deputados e quatro senadores participantes, que incluem, os deputados ligados às igrejas, simpatizantes e outros parlamentares que defendem as mesmas matérias.
Hoje no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os evangélicos têm uma representação de 22% da população.
Gospel Prime