Na Moral fala sobre o aborto e a influência da religião sobre o tema
Um dos pontos mais polêmicos foi a discussão de quando se pode afirmar que há vida humana.
O programa Na Moral desta quinta-feira (29) reuniu convidados para falar sobre o aborto, casos de gravidezes indesejadas e da falta de planejamento familiar.
Pedro Bial convidou o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antonio Augusto, e médico Dráuzio Varella que participou de todo o programa, a coordenadora da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, Regina Soares, e a atriz Cláudia Abreu para debaterem sobre o aborto e influência da religião sobre este tema.
O apresentador questionou o líder católico sobre os motivos da Igreja em impedir que a mulher estuprada faça o aborto, já que para este caso o procedimento é garantido por lei. O religioso, que também é médico pediatra, afirmou que aprendeu na faculdade que a vida começa na concepção.
“A vida humana, independentemente de como ela foi concebida e as suas circunstâncias, tem um valor inestimável e é o fundamento de todos os direitos”, disse.
Não satisfeito com a resposta, Pedro Bial tenta dizer que o estuprador não respeitou a vida da vítima e questiona ao bispo qual das duas vidas deve ser protegida. “As duas. Nenhuma vida é mais valiosa que a outra”.
O doutor Dráuzio Varella é contra a visão de Dom Antonio e diz que ao obrigar uma mulher estuprada a continuar com a gravidez é dar direito ao estuprador de escolher a mulher que ele quiser para ter um filho. “Isso para mim é absolutamente chocante”.
Ao ter espaço no debate, Regina Soares diz que mesmo com a recomendação da Igreja Católica contra o aborto e contra métodos contraceptivos, 82% da população jovem de católicos no Brasil é a favor do uso da pílula do dia seguinte. “Há uma dissonância muito grande entre o discurso oficial da igreja, que o bispo nos traz, e a prática dos fiéis católicos”, disse.
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