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Marco Feliciano prende manifestantes gays durante culto

Confusão marca a passagem de pastor deputado pelo Pará

O culto de celebração dos 85 anos da Assembleia de Deus na orla de Santarém, Pará, acabou em confusão e prisões. O inusitado da situação foi que a ordem de prisão partiu do pregador, no caso pastor evangélico e deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados.

Um grupo de manifestantes protestou contra a presença dele na cidade no culto realizado ontem (30), empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem contra o deputado e a favor da causa gay. Algo que fazia parte de um manifesto organizado pelo Grupo Homoafetivo de Santarém – GHS, pelo coletivo Rosas de Liberdade e pela União dos Estudantes Secundaristas de Santarém. Eles percorreram ruas da cidade pedindo a renúncia do pastor Marco Feliciano e decidiram ir ao culto protestar. O pastor, que pregava no momento, interrompeu o culto e pediu que eles fossem retirados do local pela Polícia Militar, avisando que já havia prendidos outros por perturbação.

Enquanto defende a liberdade de culto, os manifestantes alegam liberdade de expressão, uma vez que o culto ocorria em local público. Os seguranças contratados pela igreja e os policiais tentaram retirar os manifestantes do local. Com a recusa deles, a polícia usou spray de pimenta e ocorreram agressões de parte a parte.

No final, três jovens foram detidos por perturbação e resistência a prisão. Alguns outros dizem ter sofrido lesões causadas pelas agressões dos policiais.

Segundo foi apurado, enquanto fazia sua pregação, por volta das 21h, Marco Feliciano percebeu que pessoas empunhavam a conhecida “bandeira colorida gay”. Do púlpito, ele questionou “Eu queria saber onde estão os policiais que estão aqui? Tem uma bandeira do movimento LGBT sendo sacudida e essas pessoas estão atrapalhando o culto. Isso é proibido pela lei! Essas pessoas podem sair daqui presas, algemadas agora! Semana passada eu já prendi dois. Isso aqui não é a casa da Mãe Joana, isso aqui é uma igreja, respeitem”.

Estava formada a confusão que terminou na prisão de Renan Luis, Pedro George e Gean Miranda, acusados de perturbação da ordem pública e resistência à prisão.

Juliane Fontinele, advogada dos manifestantes, declarou que as agressões começaram da parte dos seguranças contratados pela igreja e da polícia e que foi usada força excessiva, causando ferimentos nos jovens. Já, a advogada Eyceila Menezes, representando a Assembleia de Deus, afirmou que a igreja não irá prestar queixas contra os manifestantes. O pastor Edenilson Moura, da Assembleia de Deus, explicou que não foram contratados seguranças particulares para o evento, mas eram voluntários da igreja que davam apoio para manter a ordem.

O delegado Tiago Rabelo disse que irá investigar as denúncias. Os manifestantes teriam acordado anteriormente com a polícia que não iriam até o local do culto. Mas eles foram até lá, pularam duas barreiras montadas pela Polícia Militar e atrapalharem o culto gritando conta o pastor.

Já o comandante da Polícia Militar, coronel Risuenho, explicou que o comando não recebeu denúncia oficial contra os policiais pelo uso de força excessiva contra os manifestantes. “No local, eles montaram uma briga e foram retirados pelos policiais”, declarou à imprensa. Com informações Diário do Pará.

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