Marcelo Crivella e Silas Malafaia batem boca em debate
Nesta quarta-feira (8) os candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB), participaram do primeiro debate do segundo turno, realizado pela revista “Veja”, a Universidade Estácio de Sá e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ).
O debate foi marcado por ataques e um bate boca entre Crivella e o pastor Silas Malafaia, um dos três convidados pela organização do debate, que fez uma pergunta com tom preconceituoso contra Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal.
Chamado ao púlpito para fazer a pergunta, logo no primeiro bloco do debate, Malafaia afirmou que questionaria o “bispo Crivella”, se referindo à opção religiosa do candidatado, que se declara evangélico e membro da Igreja Universal, mas afirma não misturar política e religião.
Malafaia iniciou sua pergunta afirmando que não acreditava que Crivella era “licenciado” e afirmou que “essa história de licenciado é para boi dormir”. Em seguida o pastor acusou a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de “colocar para fora das TVs” outras igrejas evangélicas.
Apesar do tema não ser de cunho político, Malafaia se referia ao fato da Igreja Universal ter comprado os horários no canal CNT e obrigado o líder assembleiano a tirar o programa “Vitória em Cristo” do ar após 32 anos na emissora.
Malafaia completou sua pergunta em tom de ataque questionando se o candidato obedecia ao bispo Edir Macedo. Crivella começou lembrando as ligações que Malafaia tem com o governo do Rio. Então o pastor interrompeu com um grito da plateia chamando Crivella de mentiroso, e o candidato retrucou que mentiroso era Malafaia.
O jornalista Augusto Nunes, que era quem mediava o debate, precisou intervir e pedir para Malafaia se conter. O Senador prosseguiu em sua resposta criticando a forma como o pastor se referiu a IURD.
“Suas mágoas, seus recalques, suas frustrações leve para Deus, não a mim, eu não tenho nada a ver com as decisões da igreja”, lembrou o candidato. Malafaia começou a rir alto na plateia e o mediador novamente pediu que ele fizesse silêncio.
Crivella então voltou a afirmar que não confundia o interesse público com “qualquer outro interesse”. “De maneira nenhuma, como governador do estado, vou permitir que o interesse público seja sublevado por qualquer outro interesse. O que vai prevalecer é o interesse do povo. Meu passado me credencia àquilo que estou me candidatando”, continuou.
No final do debate, Malafaia afirmou que na eleição para o governo do Rio teria um posicionamento contra Crivella, mas que ainda não havia decidido se apoiaria Pezão, o que só deve anunciar na sexta-feira ou na segunda.