Malafaia diz que notícia sobre indiciamento na Operação Timóteo é “coisa velha”
Pastor chama jornalista da IstoÉ de “vagabundo” e alega que revista requentou matéria
O indiciamento do pastor Silas Malafaia por lavagem de dinheiro no inquérito da Operação Timóteo foi destacado por grande parte da mídia nesta sexta-feira (24). Deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 16 de dezembro, ela investiga um suposto esquema de corrupção nas cobranças de royalties da exploração mineral.
O nome do pastor apareceu durante a investigação por ele ter recebido um cheque de R$ 100 mil de um apoiador de seu ministério. Esse doador, o advogado Jader Pazinato, segundo a PF, teria recebido recursos ilícitos desviados de prefeituras e repassado propina, por isso também foi indiciado por corrupção ativa e peculato.
Como o cheque emitido por ele foi depositado numa conta pessoal de Malafaia, o pastor acabou passando a ser investigado como parte do esquema. O seu indiciamento ocorreu em 16 de dezembro de 2016, no mesmo dia em que foi alvo de condução coercitiva e levado a depor.
Divulgado primeiramente pela revista ISTOÉ, como se fosse uma nova acusação, o caso foi posteriormente repercutido nos principais jornais do país.
O líder do ministério Vitória em Cristo gravou um vídeo na manhã desta sexta dando sua versão. Ele reclama que a revista, na pessoa do jornalista Aguirre Talento, está “requentando”, ou seja, voltando a falar de um assunto antigo em busca de audiência.
“Vagabundo, bandido, inescrupuloso e mau-caráter”, é como Malafaia classificou o jornalista. Lembrou que Talento já foi processado – e condenado – outras vezes. “Isso é coisa de canalha, será que esse cara é um preconceituoso contra os evangélicos?”, desabafou no vídeo.
Explicou também que o Ministério Público não tomou nenhuma atitude contra ele e que o caso “Subiu para o STJ” (Supremo Tribunal de Justiça). “Não vai dar nada, pois não tenho nada a ver com esses corruptos”, sentenciou.
Silas voltou a mostrar extratos do cheque e explicou que doou o dinheiro para sua igreja e seu ministério, declarou o dinheiro e pagou os impostos devidos. Enfatizou que o assunto foi amplamente explorado pela mídia no final do ano passado e que o jornalista usou de má fé ao divulgar como se fosse algo novo. Finalizou dizendo que a matéria publicada ontem tem o objetivo de atingi-lo.
Ao G1, o pastor declarou: “Se eu fosse corrupto, eu não ia depositar na minha conta. Minha defesa vai ser mostrar minha declaração do imposto de renda. Não sou obrigado, mas estou abrindo meu sigilo fiscal, apresentando o extrato da conta bancária. Tenho certeza que o juiz vai me tirar disso. Agora, o delegado fez questão de me atingir nisso.”