Governo do PT teme perder apoio evangélico e adia votação do PL 122
Ficou decidido que a pauta só será discutida depois das eleições de 2014
O projeto de lei 122/2006 não será mais votado este ano a mando do governo do PT que está com medo de perder o apoio dos evangélicos para a reeleição de Dilma Rousseff.
O projeto tem sido adiado nas últimas semanas na Comissão deDireitos Humanos do Senado por conta de revisões feitas pelo senador Paulo Paim (PT-RS) que tem alterado alguns artigos do PL para conseguir aprovar a proposta.
Como não houve acordo com a bancada religiosa, a saída do PT foi suspender a votação. A decisão foi anunciada pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que ligou para senadores da base do governo pedindo que o texto só volte a ser debatido depois das eleições.
Magno Malta (PR-ES) é um dos principais críticos ao novo texto, ele acredita que o objetivo do PL é oferecer privilégios aos homossexuais e já usou o Plenário para explicar suas razões para ser contra ao que propõe o projeto.
Malta também criticou a aproximação repentina do PT com as igrejas na época das eleições, sendo que os projetos do partido sempre afrontam os valores cristãos.
“Não adianta na época de eleições tomar café com pastor, visitar as igrejas e depois de eleitos, defenderem projetos contra a família, da forma que foi concebida por Deus. Nós vamos nos posicionar contrários aos políticos que defendem essa ideologia homossexual. No segundo turno das eleições, andei este país inteiro com a Dilma, mas agora ninguém vai me usar mais”, disse o senador.
Até o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI) é a favor da mudança do texto para não prejudicar as igrejas. “O Planalto tem afirmado que se houver ameaça a liberdade de expressão das igrejas, o relatório deve ser melhorado”, disse.
Como católico, Dias acredita que não exista uma igreja que seja a favor do ódio contra homossexuais. Além de defender a mudança do texto, o senador petista se reuniu recentemente com Magno Malta para tratar sobre o apoio dos evangélicos na corrida eleitoral.