Flordelis fala do novo desafio como deputada federal
Cantora e pastora, ela assume importante papel na Câmara
Pleno.News
Aos 58 anos, completados nesta terça-feira (5), a cantora Flordelis está vivendo um novo momento em sua vida. Casada com o pastor Anderson do Carmo e mãe de 55 filhos, sendo 51 adotivos, ela foi eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro. Foram mais de 196 mil votos que levaram a pastora a bater ponto em Brasília.
Em entrevista ao Pleno.News, Flordelis contou que tem tirado as últimas semanas para ouvir muito e decidir quais caminhos seguir. Ela, que desde muito nova luta pelas causas sociais, sonha ampliar esse trabalho de forma significativa.
Fale um pouco da sua adaptação como deputada.
Comecei a ir a Brasília ainda no fim do ano para me integrar, conhecer as pessoas, saber das comissões. Ouvi muito o senador Arolde de Oliveira. Ele é meu condutor, meu conselheiro e tem uma bagagem extraordinária como deputado federal. São 30 anos na Casa. É o momento de ouvir mais e falar menos.
Como será a sua rotina em Brasília?
Vou às terças-feiras de manhã e volto às quintas à noite para o culto de libertação. Meu culto de libertação vai continuar. Só vai mudar o dia: de quarta, passou para quinta à noite. Eu não abro mão disso, mesmo cansada.
E como foi a recepção?
Foi muito boa, fui muito abraçada. O lindo da minha chegada é que as pessoas dos bastidores já me conheciam como a cantora Flordelis. Funcionários da portaria, recepção, copeiros, seguranças, todos me cumprimentando. Eles cantavam trechinhos dos louvores e isso me emocionou muito.
Como começou o desejo de se candidatar?
O desejo de ser deputada tem tudo a ver com o meu ministério. Eu amo vidas, amo ajudar, estender a mão, tanto que sou mãe de 55 filhos. Orei a Deus e falei: “Senhor, me mostra o caminho, eu preciso que o Senhor abra uma porta”. E eu acordei de madrugada com esse desejo na minha alma, no meu coração. Falei com o meu marido. Ele foi contra por causa do momento político, mas continuei orando.
E quando você se decidiu?
Eu fui a Israel e na minha ida ao Monte Carmelo eu pedi novamente um sinal a Deus. Logo que voltei, falei com a Yvelise de Oliveira (dona da gravadora MK Music). Queria que ela fosse o meu termômetro. Sabia que ela era contra os cantores na política. Mas logo que eu falei ela me abençoou e disse que acreditava na minha vitória.
Você não só ganhou como foi a mulher mais votada no Rio de Janeiro com 196.959 mil votos.
Pois é. Eu fui a única mulher eleita no meu partido. Isso me deixa muito feliz. É uma responsabilidade muito grande? É, mas ninguém consegue nada sozinho. Se eu cheguei aqui, foi porque Deus levantou pessoas para me ajudarem. Então eu tenho certeza que eu vou continuar com essas pessoas do meu lado.
Quais serão as suas principais lutas como deputada?
Minha bandeira mais forte é o social. Eu conversei bastante com a ministra Damares e ela tem algumas bandeiras que eu vou abraçar, como a adoção. Existe uma burocracia muito grande, uma fila enorme de pessoas querendo adotar. Tem mais gente querendo adotar do que crianças para serem adotadas e isso não pode acontecer. Também vou lutar contra a violência à mulher.
Queria que você falasse da Damares.
Muitos veículos estão pegando vídeos antigos da Damares pastora para verem se conseguem queimar a imagem dela como ministra. É um ato covarde que vai surtir o efeito contrário. Ela é a favor da vida, da família, contra a ideologia de gênero. Sempre foi e vai continuar sendo, como eu também sou. Acho que isso só está dando mais musculatura para ela continuar o trabalho.
Ao longo da vida você passou por muitas dificuldades. Como é agora estar representando tantas pessoas?
Lembra muito a minha chegada na gravadora porque foi algo extraordinário de Deus na minha vida. Como deputada é a mesma coisa. Entrei para lutar pelo social e quero muito ser uma referência como mulher negra nesse país. Sou mulher, sou negra, vim da favela, da comunidade e quero mostrar para essas mulheres negras da comunidade que elas podem voltar a sonhar.
Quais seus projetos para o Instituto Flordelis?
Temos que socorrer as famílias. E agora vamos expandir. Vou realizar o meu maior sonho, que é um centro de reabilitação para dependentes químicos. Eu passo na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, olho a Cracolândia e dói na alma. É um problema que não é só do povo da comunidade, mas também da classe média e alta. Eu já vi filhos de juízes e celebridades naquele lugar. A dependência é uma doença e vou lutar por tratamento.
O que você pediria para os seus eleitores?
Que me ajudem nesse mandato. Eu dependo do povo. Eu dependia do voto para chegar a deputada federal e agora eu dependo ainda mais. Não só dos quase 200 mil que votaram em mim, mas do apoio de todos os cariocas. Me apoiem para que eu possa fazer o mandato com excelência. Eu não quero decepcionar as pessoas que confiaram e acreditaram em mim.
E como fica o seu ministério?
Meu ministério não parou. Pelo contrário, ele está ganhando mais força. Eu estou deputada federal, mas sou pastora. Eu tenho um chamado e eu não abro mão dele. Vou continuar sendo adoradora e minha agenda continua. A levita está aqui para adorar ao Senhor por esse Brasil a fora.
Teremos o CIM (Congresso Internacional de Missões) em 2019?
Claro! Vai ser em novembro. Temos dois feriados em novembro e vamos aproveitar a data. A Cruzada Evangelística Restaura Rio, que acontece nas comunidades, também vai continuar.