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Dia da Mulher: Liderança feminina ainda é tabu nas igrejas

No Dia Internacional das Mulheres a diferença entre posições, cargos e salários é discutida na sociedade e nas igrejas não é diferente.

Elas são maioria entre os fiéis de todas as denominações brasileiras, somando ao todo mais de 23 milhões de evangélicas no Brasil segundo dados do Censo 2010 divulgado no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Novo Mapa da Religiões apresentado em 2011 pela Fundação Getúlio Vargas também revela que as mulheres são mais religiosas que os homens, um dado que há muitos anos vem sendo observado não só no Brasil como em todo o mundo.

“A independência feminina conquistada nas últimas décadas foi acompanhada por uma revolução de costumes”, diz o estudo da FGV. “Enquanto os homens abandonaram as crenças, as mulheres trocaram de crença, preservando mais que eles a religiosidade”.

A mudança que o Novo Mapa das Fundações percebeu é que as mulheres brasileiras trocaram o catolicismo por igrejas evangélicas, principalmente as de origem pentecostal. Pelo Censo 2010, mais de 14 milhões das evangélicas são de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristão do Brasil, O Brasil para Cristo, Igreja do Evangelho Quadrangular e outras.

O segundo segmento com grande número de mulheres são os neopentecostais, no Censo aparecem como “Evangélica não determinada” com 5.117.575. Já nas igrejas de missão como Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista, Congregacional, Adventista e outras temos 4.277.745 mulheres.

Ordenação feminina ainda é questionável

Apesar serem a maioria entre todas as denominações, as mulheres evangélicas, assim como em outros setores da sociedade, precisam enfrentar diversas barreiras antes de comemorarem as conquistas da igualdade de gênero.

Um dos pontos que mais gera divergências entre líderes é o fato da participação da mulher como dirigentes de igreja. Algumas denominações ordenam mulheres como pastoras, enquanto que em outras o termo não é aceito e no máximo da hierarquia que uma mulher pode assumir é missionária ou evangelista.

Usando textos bíblicos, quem é contra a ordenação feminina afirma que a regência é uma responsabilidade exclusiva de homens. “Deus quer a mulher no ministério, quanto mais, melhor, para muita tarefa. Mas ordenação para cuidar do rebanho Deus reservou para o homem”, disse o pastor Antônio Gilberto, da Assembleia de Deus em uma entrevista ao site Seara News.

Em um de seus vídeos explicativos o bispo Walter McAlister, da Igreja Cristã Vida Nova, chegou a afirmar que o ministério da mulher é importante para a igreja, mas que ela não deve ocupar a regência, pois esta é um fardo exclusivo para o homem.

“Nós somos iguais, mas não somos intercambiáveis, ou seja, nem tudo o que um faz o outro também faz. Nem tudo o que um tem que fazer, o outro também tem que fazer”.

Entre os favoráveis a ordenação feminina está o pastor Hermes C. Fernandes, presidente do colégio episcopal da REINA-Igreja do Futuro, ele chegou a postar em seu site sete motivos para que as mulheres sejam reconhecidas como pastoras.

Um deles está baseado na atitude de Cristo que desfez distinções de etnias, classes sociais e gêneros. Ele também cita Romanos 13: 1 a 7 para afirmar que na igreja primitiva haviam sim mulheres na liderança.

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