Cristão inglês preso por pregar na rua busca seus direitos: ‘Fui tratado como criminoso’
Um voluntário cristão que estava pregando nas ruas do sul de Londres, no domingo de Páscoa, em 2020, foi preso e multado pelas autoridades. Os policiais alegaram que, de acordo com as leis durante a pandemia, ele poderia sair às ruas somente para ir trabalhar, ir ao comércio ou se exercitar.
Andrew Sathiyavan, 46, foi levado sob custódia e mantido na prisão por quatro horas, de acordo com o Christian Legal Centre (CLC). Embora ele tenha sido liberado, a multa foi mantida pelo juiz distrital adjunto.
Conforme o juiz, pregar a palavra de Deus não era uma razão válida para estar nas ruas, e Andrew poderia ter feito isso de forma online. O cristão, que trabalha como voluntário em tempo integral para o Ministério Gospel Light, decidiu entrar com uma ação legal contra a polícia de Londres após o incidente. Ele está sendo apoiado pelo CLC.
“Fui tratado como um criminoso”
Não é a primeira vez que Andrew enfrenta essa situação. Em novembro de 2020, ele disse que foi novamente abordado por policiais enquanto pregava na cidade de Solihull, próximo a Birmingham, também na Inglaterra.
Ele explicou que sua decisão de brigar judicialmente pela liberdade de religião foi porque não queria que outros cristãos e pregadores da Palavra recebessem o mesmo tratamento.
“Pregar o Evangelho é meu trabalho. Falo às pessoas sobre as boas novas de Jesus Cristo. É isso o que os pregadores têm feito por séculos neste país. Procuro alcançar pessoas que vivem com medo e sem esperança”, explicou.
“No meu caso, acredito que a polícia agravou a situação sem motivo. Fui tratado como um criminoso”, desabafou. Através de um relatório especializado, o teólogo Dr. Martin Parsons escreveu que “as prisões de pregadores de rua eram, até recentemente, extremamente raras”.
“O réu está envolvido em evangelismo ao ar livre, para o qual existe uma história extremamente longa de liberdade religiosa, no Reino Unido”, destacou o especialista.
“Há, portanto, um conflito potencialmente significativo entre esse aspecto da liberdade de religião, tanto em termos de como foi desenvolvido na história constitucional britânica quanto na interpretação dos regulamentos atuais por conta da pandemia por Covid-19 pela Polícia Metropolitana”, justificou.
O Chefe do Executivo do CLC, Andrea Williams, disse que o tratamento dispensado ao Sr. Andrew Sathiyavan foi perturbador. “A presença da polícia em Sutton High Street causou um risco maior à saúde pública do que se eles tivessem permitido que Andrew continuasse a pregar”, disse.
“As inconsistências no policiamento dessas questões durante a pandemia foram gritantes. Os pregadores cristãos e outros grupos desfavorecidos parecem ser alvos fáceis. Estaremos com Andrew durante sua apelação e ação legal”, concluiu. Fonte: Guiame