Caetano Veloso ataca conservadores e critica líderes evangélicos
Cantor baiano se contradiz, dizendo não ter preconceito, pois seus filhos são da Universal
Caetano Veloso está no centro de um debate nacional sobre os limites do que se chama de arte no país. Ele e outros artistas reclamam de censura por que a população se mostra indignada com a apresentação de cenas de nudez, pedofilia e zoofilia para menores de idade, como ocorreu nas mostras do QueerMuseu e do MAM.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o cantor baiano voltou atacar os movimentos conservadores do país, criticando em especial os deputados da bancada evangélica: “Toda essa gente que mente cinicamente sobre exposições de arte usando a palavra ‘pedofilia’ para angariar adeptos entre os mais ingênuos, se esforça para encobrir o desejo de manter a opressão da maioria do povo brasileiro, que vive sob a mais pesada desigualdade econômica do mundo”.
Caetano tem três filhos. Zeca e Tom são evangélicos, fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, enquanto Moreno frequenta o candomblé. Ao falar sobre essa mistura na família, o cantor explicou: “não tenho medo da religiosidade dos meus filhos. Temos sempre conversas muito claras”.
A postura pública do cantor é contraditória, ao mesmo tempo que diz “não vejo o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil como algo negativo” e reconhece que “Há um preconceito pseudo-chique contra os evangélicos”, ele não simpatiza com as lideranças evangélicas. “Isso não quer dizer que eu respeite qualquer mau-caráter que pregue alguma forma de fundamentalismo ou que use a religiosidade para dominar mesquinhamente as pessoas e para agredir outros grupos”, enfatiza.
Mesmo que não tenha citado nomes, é notório que Caetano não gosta de Marco Feliciano, a quem já chamou de “mentiroso”. Por sua vez, Feliciano recentemente denunciou a hipocrisia do movimento liderado por Caetano e sua esposa, o Artes 342, classificando-os de “hipócritas e desonestos”.