Banda Catedral assina com a MK Music
Formada por Kim (voz e guitarra), Júlio Cezar (baixo) e Guilherme (bateria), a banda Catedral foi uma das pioneiras do rock dentro do segmento gospel nos idos dos anos 90.
Apontados muitas vezes como rebeldes e transgressores, os músicos conquistaram o público na década de 90 com canções que mesclavam temas sociais e letras românticas.
Com 31 anos de estrada, a banda passou pelas várias mudanças no mercado de música desde o K-7 e chegando agora ao streaming.
Nesta quarta-feira (21), os músicos estiveram na sede da MK Music para assinar um contrato de distribuição do acervo da banda e da carreira solo de Kim pela gravadora nas plataformas digitais.
“Passamos pelas várias fases do mercado. Fomos a banda que fez aquele sucesso que ninguém sabia descrever em um período muito forte com um estilo de música que não era tão a cara do gospel. A gente era meio transgressores e rebeldes como o rock é e isso possibilitou essa explosão para as músicas caírem no agrado do público. O período na MK, de 1994 a 1998, foi de um sucesso absurdo e só quem viveu aquilo é que sabe”, disse o vocalista Kim ao Pleno.News.
Fake news
Com mais de 3 milhões de CDs vendidos, as mais de três décadas do Catedral foram marcadas por vários acontecimentos, como a morte de Cézar, guitarrista, em um acidente automobilístico, em 2003.
Outro episódio que marcou a trajetória da banda foi uma suposta entrevista ao programa do Jô Soares, onde os músicos teriam negado a Jesus.
Fãs se desfizeram de CDs e pastores pregaram contra os artistas. A história repercutiu e trouxe complicações para a banda, que, na época, não fazia mais parte da MK Music. Passados os anos, Kim afirma que ambas as partes estão bem.
“A gente está mostrando para todas as pessoas que está tudo bem. Eu saio daqui com essa vitória. Esse momento é relevante porque vai sinalizar para todo mundo que erros, enganos e deturpações acontecem e todos nós fomos vítimas. Por mais que brincalhões e revolucionários que somos, nossa maneira de se posicionar nunca foi chula”, reforçou Kim.
Kim, que também é psicólogo, relembra que precisou trabalhar essa situação em seu psicológico. Hoje em dia, ele afirma que tudo valeu a pena para o próprio amadurecimento do trio.
“Melhoramos como seres humanos, como artistas e como compositores. Não existe remédio melhor na vida do que o tempo, que vai encaixando as peças.”
Retomada da carreira
Em 2015, após passar por outras gravadoras, como Line Records, Warner Music e Sony Music, a banda anunciou seu fim e uma turnê de despedida. Entretanto, diante da resposta do público, os músicos decidiram seguir adiante.
Na época da Warner, eles conseguiram abertura com o mercado secular e conquistaram dois Discos de Ouro. O grupo ainda teve 14 clipes entre os mais pedidos da programação da MTV, ficando à frente de nomes como Jota Quest e Skank. Eles ainda conseguiram colocar seus sucessos nas primeiras posições nas rádios de rock do Brasil.
“A gente sempre teve esse papel de ser pioneiro e pagamos o ônus, mas isso possibilitou um caminho mais fácil para muita gente. A banda sempre teve uma pegada de temas sociais muito forte mesclado ao romantismo. Ouso dizer que fui o primeiro a retratar o amor de maneira clara sobre o relacionamento entre homem e mulher.”
Após cinco anos sem gravar um projeto solo, Kim anunciou que entrou em estúdio e colocou voz em seu novo EP e garante que a banda também está preparando um novo projeto. Além disso, o Catedral segue com a turnê Stand Up, Histórias e Músicas onde relembra seus sucessos e abre um espaço para que o público faça perguntas e conte momentos da vida que foram marcados pelo som dos roqueiros.
Fonte: Pleno News