Bancada evangélica do DF pede revogação de política cultural LGBTI
Deputado afirma que programa “fere diretamente o direito das famílias”
A Frente Parlamentar Evangélica da Câmara Legislativa do Distrito Federal emitiu uma nota oficial ao governo distrital pedindo a anulação da portaria da Secretaria de Cultura que criaria uma política cultural específica para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais (LGBTI).
Publicada no Diário Oficial, a criação dessa “política cultural” geraria uso de dinheiro público para fomentar a controversa ideologia de gênero, a exemplo do que foi feito em nível federal durante o governo petista.
A ideia da Secretaria de Cultura é criar um comitê técnico que trabalharia para “a valorização e a difusão da cultura LGBTI, da diversidade de suas identidades e proteção de sua memória cultural”.
Também pretende identificar e estudar estes movimentos no DF e promover ações de respeito à diversidade das identidades de gênero e de orientações sexuais. O texto pode ser lido na íntegra no Diário Oficial.
Desrespeito à família
Os parlamentares evangélicos do DF alegam que seu pedido é feito “em respeito à família brasiliense”. O presidente da bancada, Rodrigo Delmasso (Podemos), explica que essa política “fere diretamente o direito das famílias”, sendo “segregacionista” porque valoriza apenas uma parcela da população.
O deputado lembra ainda que o fator em questão (sexualidade) não é hereditário, mas uma “escolha”. Portanto, difere radicalmente das políticas de inclusão voltadas para negros e mulheres, “porque as pessoas não escolhem como vão nascer, mas, no nosso entendimento, escolhem ser homossexuais”.
Sendo uma questão de opção, o entendimento dos parlamentares contrários é que a homossexualidade, a transgeneridade e a transexualidade não deveriam ser “beneficiadas” por políticas exclusivistas, que poderiam ser acomodadas nos programas que já existem.
Dalmasso acredita que uma Política Cultural LGBTI atenta contra o princípio da laicidade do Estado. “Se é proibido incentivar qualquer tipo de religião, não fica bem, enquanto desenvolvedor de políticas públicas, o governo fomentar um tipo de escolha sexual”, pontua.
O parlamentar, que responde pela Frente, também deixou claro que é contrário a “qualquer tipo de discriminação e fascismo” contra a população LGBTI e que “é preciso combater o preconceito, mas não fomentar a escolha sexual.”
O Governo do Distrito Federal disse que não vai se manifestar sobre o caso. Com informações de G1