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Apesar de proibição jurídica, peça com Jesus travesti é encenada

Produtores de Salvador usaram brecha e mudaram local da apresentação

Havia uma liminar proibindo a apresentação do espetáculo teatral O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, no Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador.  Para driblar a lei, a organização do Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac), que levou a peça a Salvador, decidiu apresentar a montagem em outro endereço na noite desta sexta-feira (28).

Como a decisão judicial mencionava especificamente o Espaço Cultural da Barroquinha, os produtores mantiveram a sessão, levando-a para o Teatro do Goethe-Institut (ICBA). Quem havia comprado ingresso foi informado na porta do Espaço Cultural, sobre a mudança de endereço. O início do espetáculo foi atrasado em uma hora para que todos pudessem se deslocar até o novo local.

“Nada impediu que o público que comprou ingressos para a sessão do dia 27/10 de O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu pudessem (vi)ver a o espetáculo bem distantes das proibições delegadas pela 12ª Vara Cível de Salvador, a partir de uma decisão do juiz de primeira instância que, mesmo sem conhecer o espetáculo e baseado exclusivamente nas alegações dos proponentes da ação, censurou a sessão no Espaço Cultural da Barroquinha”, afirma a nota oficial divulgada pelo festival.

A montagem de O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, é protagonizado pelo ator, professor e ativista Renata Carvalho, que é travesti. Com uma mistura de monólogo e contação de histórias, tenta recontar a história de Cristo ao tempo presente, na pele de um travesti.

A decisão judicial expedida na Bahia argumentava que a peça viola o princípio constitucional do art 5o, VI, que trata de consciência e de crença, pois não se pode “tentar, assim, eliminar os símbolos/crenças religiosas mais tradicionais do povo, com narrativas debochadas e fantasiosas, como que lhe arrancando as raízes”.

O espetáculo vem acumulando polêmicas por onde passa. Ela foi proibida em mais de uma cidade. Em alguns lugares atraiu protestos de católicos e evangélicos, que veem nela uma blasfêmia e vilipêndio à fé cristã. Com informações de Correio 24 Horas

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