A unidade que Deus abomina
por José Rosivaldo
Todos nós sabemos e pregamos que os cristãos devem viver em unidade. Não apenas falamos sobre unidade, mas a própria Bíblia nos assegura em diversos textos sobre a importância e as bênçãos de Deus que são derramadas como aprovação para a unidade vivida pelo seu povo (Sl. 133).
João chega a dizer que o perdão de Deus é condicionado à prática da comunhão entre os irmãos (I Jo. 1.7). O autor aos Hebreus ensina-nos a buscar a paz com todos (Hb. 12.14). E Jesus disse que seus discípulos seriam conhecidos pela prática do amor (Jo. 13.35). Mas uma questão parece contradizer esse ensino. A mesma Bíblia que ensina que os cristãos devem manter-se conectados pelos laços do amor mútuo, diz também que existem determinadas parcerias que são abomináveis ao Senhor, senão vejamos.
Já no livro da Lei, Deus ensina seu povo a não se tornar cúmplice de pessoas que estão erradas (Ex.23.1). O salmo mais conhecido acerca de companheirismo é o salmo 1, ele nos ensina precisamente que os justos, ou seja, os servos de Deus não devem nem mesmo sentar na roda dos escarnecedores, nem se deter no caminho dos pecadores. Então somos instruídos que não é todo tipo de unidade que Deus aprova. Há determinados tipos de pessoas com as quais não devemos nem comer (I Co. 5.11), porque existem companhias que corrompem os bons costumes (I Co. 15.33). Precisamos ser seletivos na escolha das nossas amizades (Sl. 119.63). As pessoas com as quais convivemos exercem influencia sobre nós (Pv. 13.20).
Devemos buscar a paz com todos não aprovando tudo o que os outros fazem, mas mantendo a distância necessária para nem negligenciar a prática da bondade e nem nos mancomunar com suas práticas errôneas. Devemos ajudar aos que precisam de nós sem nos tornar seus cúmplices quando suas obras são más. Temos que nos relacionar com as pessoas sem nos deixar ser influenciados por suas ideologias pecaminosas ou mesmo por pensamentos e procedimentos desonrosos.
É possível cumprir os ensinos sagrados com relação à unidade sem descumprir os preceitos divinos acerca da prudência na unidade? Certamente que sim. Basta que sigamos o modelo adotado pelo próprio Deus. Deus ama o pecador que não se converteu, mas com ele Deus não anda (Hc. 1.13). Há uma distância requerida nas relações que travamos com as pessoas. Cada pessoa tem uma distância especifica no nosso tratamento para com elas. Essa distância será determinada pelo nível de espiritualidade e moralidade que elas desenvolvem.
Aqui entra em ação uma diferenciação pouco compreendida: amar e gostar não são a mesma coisa. Amar é tratar como gostaria de ser tratado, é perdoar, é ajudar, é ser misericordioso, etc. gostar é compartilhar das mesmas afinidades, é concordar e ser parceiro numa determinada coisa voluntariamente, é sentir-se satisfeito na colaboração das obras de alguém. Quando gostamos de alguém nos identificamos com seus atos e procedência. Em outras palavras gostar é aprovar inconscientemente.
Então como filhos de Deus amemos a todos os que Ele ama e gostemos apenas dos que Ele gosta. Saibamos lidar com nossas relações sem deixar que elas interfiram negativamente na nossa prática da vontade de Deus.
As opiniões expressas nos textos publicados são de responsabilidade dos autores.
autor
José Rosivaldo
Missionário formado pela JOCUM – Jovens Com Uma Missão, uma organização cristã missionaria que atua em todas as nações do mundo. Pastoreou a igreja Batista em Lagoa do Peri-peri – AL. Escreveu diversos livros. Educador cristão há vários anos. Casado com Fernanda Laurindo. Baixe grátis o livro “MÁ ADMINISTRAÇÃO DOS DÍZIMOS E OFERTAS” no site www.gospelmais.com.br.