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Encontrada tábua relacionada à maldição de Josué no Monte Ebal

Achado arqueológico é o texto hebraico mais antigo já encontrado no mundo

Na última quinta-feira (24), os Associados para Pesquisa Bíblica (ABR, na sigla em inglês) anunciaram a decoberta de uma pequena tábua de aproximadamente 2 cm, que está relacionada com a maldição de Josué, e é o texto hebraico mais antigo do mundo. Anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa, na Biblioteca de Teologia Lanier, na cidade de Houston, EUA.

A tábua, também chamada pelos arqueólogos com “defixio ou tablet de maldição”, foi encontrada em dezembro de 2019, quando Scott Stripling, diretor de escavações da ABR e diretor do Instituto de Estudos Arqueológicos do Seminário Bíblico em Katy, Texas, liderou uma equipe para fazer buscas no material descartado de escavações realizadas no período de 1982 a 1989, pelo arqueólogo Adam Zertal, ex-diretor e professor do Departamento de Arqueologia da Universidade de Haifa, em Israel, que faleceu em 2015, e foi o responsável por encontrar o altar de Josué, no Monte Ebal.

Inicialmente, Zvi Koenigsberg, que ajudou Zertal na escavação do Altar de Josué, contou que o amuleto foi encontrado nas “muitas pilhas de terra deixadas após a escavação”. Ele explicou, que foi identificado “uma marca que lembra uma flor de lótus e a antiga letra hebraica ‘Aleph'”. Composto de chumbo, o material dobrado indicava que havia mais escritos na parte interior, e para não se deteriorar, não era possível abrí-lo. A pequena tábua, foi então, enviada para Praga, na República Tcheca, onde foi criado uma cópia em modelo 3d, que possibilitou a leitura na parte interna da tábua.

Jerusalém Post afirma que Stripling formou uma colaboração com quatro cientistas da Academia de Ciências da República Tcheca, liderados por Daniel Vavrik, e dois epígrafos – especialistas em decifrar textos antigos – Gershon Galil da Universidade de Haifa e Pieter Gert van der Veen de Johannes-Gutenberg- Universitat Mainz. O texto revelado na antiga inscrição consiste em 40 letras hebraicas e 23 palavras, onde a palavra “amaldiçoado” aparece 10 vezes e a palavra “Deus”, aparece duas vezes, na forma hebraica.

Especialistas divulgaram a seguinte tradução da tábua em hebraico: “Amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado – amaldiçoado pelo Deus YHW, você morrerá amaldiçoado, amaldiçoado você certamente morrerá, amaldiçoado por YHW amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado”.

Antes desta recente descoberta, a inscrição mais antiga conhecida contendo o nome de Deus, é a Pedra Moabita ou Estela de Mesha, de cerca de 840 aC, onde aparece o tetragrama YHWH. Uma curiosidade, é que no achado do Monte Ebal, o nome de Deus, aparece escrito com apenas 3 letras, YHW. No entando, ainda não se sabe o porquê da diferença na grafia.

Datado em cerca de 3.200 anos aC, a descoberta arqueológica também confronta o raso argumento de críticos da Bíblia, de que o povo de Israel não sabia ler e escrever na época do exôdo egito, e não poderiam ter escrito a Bíblia na época. O achado é uma prova irrefutável de que o povo de Israel sabia ler e escrever em hebraico, o hoje considerado um proto-hebraico.

O texto encontrado na tábua se encaixa na narrativa bíblica dos livros de Deuteronômio e Josué. Quando os levitas são intruídos por Moisés, a liderar todo o povo de Israel do topo do Monte Ebal, em uma sequência de 11 maldições contra quem fizer imagem de escultura ou de fundição ao Senhor, desonrar sua mãe ou pai, remover os limite de seu vizinho, fizer que o cego erre de caminho, e etc. (Dt 27.15-26)

Em Josué 8.30, Josué constrói um altar no Monte Ebal após sua batalha com Ai, faz um holocausto a Deus, e repete as maldições de Moisés.

CPAD News/ Com informações jerusalempost e sputniknews – Foto: reprodução/Wikipedia

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