CINEMA/TV

Nova novela da Record mistura Antigo e Novo Testamento

“O Rico e Lázaro” mostra como escolhas levam pessoas ao céu ou para o inferno

Na sequência de suas produções bíblicas de sucesso, a Rede Record já está gravando “O Rico e Lázaro”, que deve estrear em 14 de março. O nome vem de uma história contada por Jesus no Novo Testamento, mas o roteiro mostra eventos como a coroação do rei Nabucodonosor II (vivido por Heitor Martinez).

Segundo o portal UOL, a emissora reconstruiu parte do palácio da Babilônia, incluindo réplicas esfinges, colunas com detalhes em ouro, lustres com pedras preciosas e grandes janelas. Para algumas cenas são necessárias câmaras com tecnologia 3D. A nova produção deve manter o custo médio de 230.000 dólares por capítulo. Foi esse o investimento nos sucessos “Os 10 Mandamentos” e “A Terra Prometida”.

Mas “O Rico e Lázaro”, explica o diretor Edgard Miranda, terá alguns diferenciais. “Em 27 anos que tenho de profissão nunca vi um cenário como este. É um projeto muito audacioso e será uma história lindíssima. Como roteiro, a Bíblia é fantástica”.

Para contar a história, a Record usará a mesma fórmula das antecessoras, misturar fato e ficção, figuras bíblicas com personagens criados para dar dinamismo à narrativa. Um dos temas principais, seguindo a parábola de Jesus, é mostrar como as escolhas feitas durante a vida levam uma pessoa para o céu ou para o inferno.

“A novela dá alguns preceitos de conduta ética a serem lembrados. As pessoas estão cansadas deste cotidiano tão agressivo, tão grosseiro, onde não há respeito a muitas coisas”, explica o ator Cassio Scapin que viverá Beroso. Ele é um sacerdote corrupto e um dos vilões da trama, ao lado da sacerdotisa Sammu-Rammat (Christiane Fernandes).

Quem já está familiarizado com o roteiro da novela acredita que ela tem uma mensagem que ecoa o que a igreja prega. “O evangelismo se baseia em propagar a palavra de Deus pelas quatro esquinas. Se você coloca em uma novela evangélica, até quem não é evangélico se comove e as pessoas dizem ‘ah, Deus existe, Deus é poderoso’ e aí vão buscar uma igreja”, assegura o figurante Robespierre Costa, de 62 anos.

Sucesso paulatino

Quando a Record começou a produzir minisséries religiosas, há seis anos, as produções eram mais modestas. Num país dominado pela teledramaturgia da Globo, a emissora foi conquistando um sucesso paulatino.

Tudo mudou em 2015, quando apostou alto e lançou a primeira novela bíblica do Brasil: “Os Dez Mandamentos”. Além de desbancar alguns capítulos da novela da principal concorrente, o folhetim foi exportado para vários países, onde também fez sucesso.

A emissora do bispo Edir Macedo – fundador da Igreja Universal do Reino de Deus – possui um diferencial.  Suas produções contam história que “apresentam conflitos muito atuais com um grande selo de qualidade”, defende o diretor Miranda, que foi  formado na TV Globo.

“O grande acerto da Record foi voltar a trazer toda a família para frente da televisão”, na contramão das novelas com temáticas “inapropriadas” para o horário.

Nilson Xavier, blogueiro de TV do UOL e autor do “Almanaque da telenovela brasileira”,  avalia que a Record “conseguiu um produto diferenciado, de grande qualidade e um negócio que, sobretudo, atrai os anunciantes”.

 

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