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Pastores imaturos

minipastorQue governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? ); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”

Escândalos, falta de honestidade financeira, desmandos, abuso de autoridade, infelizmente, são fatos corriqueiros da Igreja de nossos dias. Lamentavelmente há um número muito grande de pastores imaturos e despreparados causando um estrago terrível no meio cristão. Estragos que por vezes chegam a ser irreversíveis.

Parte desse problema surge na realidade de muitas empresas travestidas de Igreja, que precisam abrir com urgência novas filiais, e acabam enviando para o pastoreio muitas pessoas que não possuem maturidade para lidar com este cenário. De fato, no que diz respeito a valores do Reino de Deus, há um grande prejuízo, assim por dizer, com o envio de pessoas despreparadas para o serviço cristão. Além do prejuízo, há uma grave omissão no que diz respeito a orientações bíblicas sobre isso.

Observando este cenário, entendo que alguns pontos críticos saltam aos nossos olhos, pontos estes que merecem uma reflexão, justamente, para que possamos encontrar uma solução para que este mal seja minimizado da Igreja Contemporânea.

Portanto, proponho algumas reflexões, que entendo que as lideranças das igrejas atuais precisam observar para que não corram o risco de contribuir diretamente para o envio e erro de pastores despreparados e imaturos.

Tempo de Preparo

precisamos entender que não se trata de um treinamento de três ou seis meses que forma um pastor, até porque se atentamos para os relatos da Igreja Primitiva contidos na Palavra de Deus, saberemos que nunca houve uma espécie de “Curso Para Qualificação Pastoral” e sim havia um DISCIPULADO. Os apóstolos ensinaram, na prática, como os pastores devem ser.

Na Epístola de Paulo a Timóteo temos orientações específicas acerca das características do pastor: “Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? ); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”. (1 Timóteo 3:3-6). Observar todas estas características, não é algo feito de um dia para o outro, ou com superficialidade. E aquele que almeja o ministério pastoral deve saber que há um trabalho árduo para reunir estas características.

Cuidado com a Precipitação

Conforme mencionei no início, muitas vezes a urgência de novas igrejas faz que muitos pastores cheguem a campo despreparados. Porém, a Palavra de Deus nos dá um alerta precioso acerca disso: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro”. (1 Timóteo 5:22) Nada justifica a precipitação no que diz respeito ao ministério Cristão.

E esta observação coloca em questão, em essência, a real MOTIVAÇÃO de ordenar os pastores: trata-se de cumprir roteiros de homens? Urgências de novas filiais valem esse custo? Há preocupação genuína com a QUALIDADE das igrejas que recebem esses pastores despreparados? Devemos ser sinceros para responder essas perguntas, primeiramente, a nós.

Pastores Compassivos e Humildes

Se tem uma lição que muitos destes imaturos não aprenderam, é o exercício da compaixão e da humildade. É fato que no afã de apresentar resultados e crescimento da Igreja, os pastores imaturos se esquecem do BÁSICO, e coisificam as pessoas. Entendem que pastorear uma igreja significa ser o chefe da empresa.

Não tem humildade suficiente de recorrer às Escrituras para aprenderem que a Igreja é feita de pessoas, portanto, a UNIDADE e COMUNHÃO das pessoas é que deveria ser a prioridade. O verdadeiro pastor maduro reflete a imagem de Cristo em tudo o que faz. “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!”. (Filipenses 2:3-8).

Pastores que tem suas prioridades claras

Um dos pontos de grande controvérsia de nossos dias está justamente na família dos pastores imaturos. Muitos entendem que por conta das demandas da “agenda ministerial” a família deve ser deixada de lado, por causa do seu cargo. Porém, não é isso que a Bíblia nos ensina: “Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?” (1 Timóteo 3:4,5).

Como um pastor espera ser útil omitindo sua família? Esse é um típico pensamento de imaturidade e de falta de leitura bíblica. Pastores que trocam suas famílias por qualquer razão que seja provam claramente que não são aptos a pastorear ninguém. E deveriam se envergonhar por tal atitude, com arrependimento sincero e mudança de comportamento.

Tenho profunda consciência que enquanto a Igreja for constituída por pessoas, sofreremos imperfeições. Porém, existem premissas básicas para que a Igreja de Cristo seja conduzida de forma Bíblica, por servos maduros, e que são essenciais para que outras pessoas sejam realmente conduzidas no Caminho da Palavra de Deus.

Embora o cenário seja crítico, é importante não desanimarmos em relação as mazelas do cotidiano cristão. Portanto, devemos estar atentos ao que a Bíblia nos ensina, e devemos, com muito zelo, orar ao Senhor, para que pastores maduros sejam forjados no meio da Igreja, e que os mesmos possam conduzir o povo eleito de Deus de forma sábia, refletindo Cristo em tudo, e PRINCIPALMENTE, apascentando as ovelhas de Cristo.

Que o Senhor nos ajude nesta tarefa tão árdua, e necessária.

Deus vos abençoe.

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos autores.

autor(a)

Marco Cicco

Marco Cicco (+ artigos)

Pastor, Coordenador Tributário, servo de Cristo, lutando pela Igreja Sadia.

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