Crivella celebra vitória orando e agradece católicos, umbandistas e ateus

Prefeito eleito lembrou que é contra a legalização do aborto e a ideologia de gênero

O segundo turno nas eleições à prefeitura do Rio de Janeiro teve contornos de disputa religiosa. Enquanto o derrotado Marcelo Freixo (PSOL) atacava constantemente o fato de Marcelo Crivella ser bispo (licenciado) da Universal, o senador “abriu” o leque e caminhou ao lado de pessoas de todas as religiões. Chegou a assinar um documento onde se comprometia a não levar “a igreja para a prefeitura”.

Uma das polêmicas suscitadas foi justamente por que ele recebeu apoio público de um pai de santo. Durante os debates, Freixo usou o mesmo argumento de parte da imprensa que trabalhava contra Crivella para lembrar que quando ele era missionário na África escreveu um livro onde condenava as práticas de católicos e seguidores de religião afro.

Ao ser confirmado como prefeito eleito do Rio – com 59% dos votos – Crivella fez um discurso onde agradeceu a Deus e aos pastores evangélicos que o apoiaram. Completou dizendo: “Quero agradecer também aos umbandistas, kardecistas, aos que não têm religião, aos agnósticos e aos ateus”. Em outro trecho ressaltou: “Quero agradecer a toda a igreja Católica que nos apoiou vencendo uma onda enorme de preconceito difundido por parte de uma mídia facciosa”.

Ele citou Deus cinco vezes em seu discurso de pouco mais de oito minutos. Mais tarde, na quadra do Bangu, Crivella sambou e cantou com as centenas de apoiadores que comemoravam com ele.

Mais tare, fez um novo discurso, este transmitido pelas redes sociais. Lembrou suas bandeiras conservadoras, que sintetizam sua diferença para o adversário, uma vez que o PSOL apoia todas elas no Congresso. “Não à legalização do aborto. Não à legalização das drogas. Não à ideologia de gênero da criança”, reiterou em alta voz, sendo aplaudido entusiasticamente pelo público presente.

Deixou claro que não “governará com revanchismo”. “Eu não quero saber de injúria. O que disseram de mim ficou para trás. Vamos concentrar todas as nossas energias a causa do Rio de Janeiro”.

Terminou seu discurso orando um “Pai Nosso” ao lado de vários aliados políticos.