Marco Feliciano investigará irregularidades no movimento estudantil
CPI apurará como a UNE gastou quase R$ 80 milhões
O deputado pastor Marco Feliciano (PSC/SP) conseguiu 216 assinaturas para dar início a Comissão Parlamenta de Inquérito (CPI) da UNE – União Nacional dos Estudantes. O requerimento foi protocolado e aguarda agora pelo presidente da Câmara dos Deputados.
Seu início depende do encerramento das CPIs em andamento no Congresso. O regimento da Casa prevê que podem funcionar somente cinco CPIs ao mesmo tempo. Logo, o início de uma nova comissão precisa esperar o encerramento de outra.
Sendo assim, não há previsão para o início desta. Mas o assunto tem chamado atenção da mídia, especialmente por conta dos manifestos pró-Dilma que a entidade vem fazendo, ao mesmo tempo que continuam aumentando as denúncias de corrupção ligados ao governo.
O objetivo é investigar a destinação de verba pública à UNE. Como era esperado, nenhum parlamentar dos partidos de esquerda (PT, PCdoB e PSOL) assinou o requerimento. Miro Teixeira (RJ) foi o único da Rede que subscreveu. Alguns deputados do PCdoB (partido que comanda a UNE) tentaram convencer os colegas a não assinarem, mas sem sucesso.
Em pronunciamento na Câmara, Marco Feliciano afirmou: “A sociedade precisa saber o que se passa numa entidade tão importante e de tantas tradições quanto a UNE”. Citou o recebimento da organização de mais de 60 milhões de reais do erário público, além de verbas da Petrobrás para eventos educacionais, que na verdade foram de cunho “político-partidário”.
Lembrou ainda que os membros da UNE fazem “uso indiscriminado das mídias sociais para atacar quem pensa diferente de seus membros, que se portam como verdadeiros militantes sectários”. Feliciano foi alvo de protestos da entidade por ser pastor. O manifesto do Partido Comunista do Brasil, apresentado em seu site oficial, fala sobre seu desejo de abolição das religiões. Este é um conhecido princípio marxista.
Com quase 80 anos de fundação, a UNE é a organização estudantil mais conhecida do país. Contudo, não presta contas publicamente e por seus cofres passam milhões a cada ano. Durante a maior parte do governo do PT vem recebendo verba pública. Segundo o deputado Elizeu Dionizio (PSDB/MS), que entregou o pedido juntamente com Feliciano, “A imprensa trouxe várias denúncias, que, pela nossa ótica precisam ser apuradas”.
Ele diz que existem várias denúncias de que dinheiro público foi gasto “para comprar bebidas alcoólicas e outros objetos, quando deveria ser usado na área cultural”. Parte dessas denúncias foram investigadas pelo Tribunal de Contas da União, onde se constatou que foram apresentadas notas frias. Mesmo assim, não houve penalização até o momento.
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