Superstar, rock nacional e musica gospel
Cristãos devem repensar sua missão no mundo das artes, pede cantor evangélico
Hoje é o Dia Internacional do Rock. O estilo, que por muitos anos foi visto como música do diabo, têm levado uma mensagem cristã para os mais diversos públicos mundo a fora.
No Brasil, apesar da tendência observada nas rádios, existem muitos grupos na ativa que utilizam este ritmo como linguagem estética. O boom de bandas de rock gospel ocorreu no fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990, mas foi perdendo força, enquanto ritmos como rap, sertanejo e pop ganharam mais espaço.
“Nos anos 90, o rock gospel era rico e profícuo. No início dos anos 2000 já capengava com poucas bandas ainda representando o movimento”, analisa Fábio Sampaio, vocalista da banda Tanlan.
Sampaio acredita que estratégias duvidosas das gravadoras e o crescimento do estilo “adoração” estão entre os fatores que diminuíram o espaço das bandas de rock gospel brasileiras. Mas não foi só no cenário gospel que o rock perdeu um pouco da força. O mercado secular também passa por essa fase. Entretanto, o programa “SuperStar”, da Globo, mostrou que o rock nacional não só ainda respira, como tem muito fôlego pra correr.
A presença de bandas já consagradas no rock underground e o fato destas terem crescido dentro do programa, só reforça a ideia de que o rock não está morto, mas apenas fora das principais vitrines. Nesta segunda edição, ao contrário do ano passado, o rock não saiu vencedor, mas figurou com pelo menos duas bandas na grande final.
Segundo Fábio, “todo o movimento musical evangélico brasileiro se espelha em algo que já esteja acontecendo no mercado como um todo. Desde os primeiros grupos evangélicos dos anos 70 aos grande nomes atuais, todos são uma releitura da música de seu tempo. Pouco se criou de fato, mas muito se copiou.”
O vocalista da Tanlan acredita que assim como foi no programa, as novas influências musicais que apresentam um rock mais contemporâneo ganharão representantes no meio gospel, incluindo grupos de rock indie, pós-punk e powerpop.
“Minha esperança é a de que tais influências atinjam o ponto mais nevrálgico desta questão. A criatividade, a originalidade e inventividade a tanto esquecidas na música evangélica como um todo”. O vocalista acredita que os cristãos precisam repensar sua missão no mundo das artes e voltar a produzir material sem copiar os sucessos seculares. “Na história da música, a produção protestante já foi de grande influência para toda a música ocidental (Bach, por exemplo), mas atualmente temos nos contentado em apenas copiar e clonar sucessos seculares”, finaliza.
Fonte: Gospel Prime