Resenha: Ressuscita – Damares

Single mantém maturidade de Damares exposta no álbum O Maior Troféu, de 2013

Desde que lançou o hit “Sabor de Mel” em 2008 a cantora paranaense Damares é atacada, por parte do segmento evangélico, pelo chamado “antropocentrismo” em sua obra. Ocorre que, mesmo quase dez anos após o lançamento do sucesso que redefiniu sua carreira, a artista ainda recebe comentários negativos pelo trabalho anterior.

Mas seu trabalho mudou. E não foi em 2016. Quando lançou o álbum O Maior Troféu em 2013, com faixa-título assinada por Tony Ricardo, a intérprete indicava explicitamente uma nova direção artística. Damares está atenta ao segmento evangélico e vive um claro amadurecimento que reflete, obviamente, na qualidade das composições.

É o caso do single “Ressuscita”, liberado nas plataformas de streaming nesta sexta-feira (21/10). Canção assinada por Moisés Cleyton, reflete o crescimento musical de Damares, imposto por uma música que evoca a narrativa bíblica da ressurreição de Lázaro.

A produção musical é de Melk Carvalhedo e o músico, na faixa, se firma nas construções melódicas. “Ressuscita” é uma canção de início, meio e fim. Cada trecho da canção tem suas particularidades e, com crescimento progressivo, atinge seu auge na hora certa. Damares, como intérprete, colabora para a evolução. Os vocais estão mais contidos, apossam de registros graves e o refrão, de letra marcante, ganha intensidade com o arranjo de cordas.

“Ressuscita” é a prova de que, ao contrário do que muitos acreditam, uma canção tecnicamente correta e planejada funciona no segmento que atua. Enquanto, em outros gêneros, o comum muitas das vezes é a regra e o excêntrico é exceção, no pentecostal é exatamente o inverso. A canção, então, é uma excelente tese de que uma canção modesta e bem produzida é uma alternativa de grande eficiência.

Fonte: Gospel Prime