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Para ser uma pessoa boa é preciso acreditar em Deus, dizem brasileiros

Especialista explica que formação moral no país ainda está ligada à religião

O instituto Pew Research Center divulgou uma pesquisa de escala mundial. Pessoas de 40 países foram inquiridas se acreditar em Deus era algo “essencial” para uma pessoa ter bons valores.

Nos países mais ricos, em especial na Europa, a população discorda que existe este tipo de relação.  Por outro lado, nações que são pobres como Gana (África) e Indonésia (Ásia), cerca de 99% concordam.

Em 22 dos 40 países pesquisados, a maioria dos entrevistados afirma que é necessário acreditar em Deus para ser uma pessoa “boa”. A maioria das pessoas na Ásia e na América Latina vinculam fé e moralidade.

Também é verdade na África e no Oriente Médio. Com destaque para Israel, que é a exceção, pois a maioria ali pensa que não é preciso acreditar em Deus para ser uma pessoa correta.

Outra nação que parece fugir à regra é a China, que por ser comunista é oficialmente ateísta. Realizado entre 2011 e 2013, a pesquisa também constatou que os habitantes das nações mais ricas tendem a colocar menos ênfase sobre a necessidade de se acreditar em Deus para ter bons valores.

E no Brasil?

Entre os brasileiros entrevistados, 86% acreditam nessa relação direta de religião e moral, índice bem maior que outras nações vizinhas, como Argentina (47%) e Chile (46%).

Segundo o professor e cientista político da PUC-Rio, César Romero Jacob, um estudioso da influência social e política das religiões, esse número elevado reflete o perfil religioso do Brasil,

“Em um país em que o estado é ausente, a educação é deficitária e a formação moral do cidadão fica a cargo das religiões, é esperado que essa associação seja feita”, explica Jacob.

O Censo do IBGE de 2010 mostrou que cerca de 8% dos brasileiros “não tem religião”. Ou seja, mais de 15 milhões de pessoas são ateus (615 mil), agnósticos (124 mil pessoas), e apenas “sem filiação religiosa” (14,6 milhões). Na década de 1980, esse número era menos de 2%, totalizando 1,9 milhões de pessoas.

“O fato de um indivíduo se declarar sem religião não significa necessariamente que ele seja ateu ou agnóstico. Muitas vezes as pessoas acreditam em Deus, mas também em Iemanjá e no espiritismo, e não participam das instituições religiosas”, reforça o professor da PUC-Rio. Com informações Exame e Pew Global.

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